Nesta semana, o grafiteiro Fábio Panone Lopes (Flop) viveu uma experiência inédita com sua obra em Caxias do Sul, terra onde nasceu. Foi a primeira vez que uma tela assinada por ele foi alvo de vandalismo. O trabalho original (veja abaixo) foi realizado no fim de 2019 próximo à escola Santa Catarina, na esquina das ruas Angelo Chiarello com a Frei Pacífico. Na última terça, amanheceu pintado por alguém que provavelmente não gostou da arte.
– Uma pena que em 2020, logo quando completo duas décadas pintando, tenho que passar pela primeira vez por esse tipo de ocasião – lamentou o artista, que tem murais assinados em diversas partes do mundo.
Indignado com a atitude da pessoa que estragou o grafite, Panone iniciou uma campanha via Facebook e Instagram. A ideia é que o público sugira nos comentários frases endereçadas ao vândalo – respeitosas, é claro, mas a ironia está liberada. A participação pode ser feita até o dia 31 e, em fevereiro, Panone deve voltar ao espaço para escrever a frase eleita como a mais impactante. Além disso, o autor da frase escolhida ganhará uma obra exclusiva assinada pelo artista.
– Lancei essa campanha para, antes de refazer, ter uma frase para escrever lá também. Por respeito à arte e não à censura, não ao preconceito – defende Panone.
:: Fim de semana será para continuar mural gigante na Garibaldi
Uma das obras mais expressivas de Fábio Panone Lopes em Caxias fica na Rua Garibaldi, num estacionamento localizado em frente ao McDonald’s. Com 280 metros quadrados, o mural foi realizado em parceria com o grafiteiro Henrique Padilha (Agapê) e inaugurado em junho. Neste fim de semana, a dupla de artistas estará no endereço novamente para pintar uma continuação do trabalho, em paredão que fica ao lado, com tamanho aproximado de 160 metros quadrados.
– Lá seguiremos a temática da natureza e do caos que está acontecendo no mundo com ela: Amazônia, Austrália, etc. E sim, terá a presença dos guardiões com cara feia para a humanidade que está cada dia mais desinteressada na preservação do próprio habitat – adianta Panone, referindo-se ao tipo de personagem que costuma habitar suas obras e que, no bairro Santa Catarina, acabou sendo censurado.
Quem quiser conferir o trabalho de Panone e Padilha ao vivo, pode comparecer ali no estacionamento Triparking (na Garibaldi, entre a Sinimbu e a Os Dezoito do Forte), das 8h às 18h do sábado e do domingo. Se chover, o trabalho será transferido.
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