Quando o assunto inserção feminina no fazer cinematográfico do Brasil ainda não era pauta, Carla Camurati já fazia história. A carioca começou como atriz — inclusive tem três kikitos por suas performances —, mas em 1987 já estreou na direção de curtas para depois, durante a década de 1990, se firmar como realizadora de longas. O seu filme mais conhecido é Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, de 1995.
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Ao receber o prêmio, Carla falou sobre a importância do Festival de Gramado e reforçou sua paixão pelo cinema:
— Eu acho que tem uma coisa linda aqui, é um festival que acompanhou o crescimento do cinema brasileiro, são 47 anos de arte e de emoção vindas dessa tela. Queria agradecer o Rio Grande do Sul por ter cuidado do Festival de Gramado, por ele ser esse festival vigoroso e importante para o nosso cinema, ao Rubinho (Rubens Ewald Filho, que morreu este ano), por ter devotado tanto amor ao cinema, e queria dedicar esse prêmio a todas as mulheres que fizeram e fazem o cinema brasileiro. Tenho muito orgulhoso do cinema brasileiro, é um cinema vigoroso e pronto pra esse século de imagens que vem aí, vamos que nosso cinema está no seu melhor momento — disse.
A noite contou ainda com exibições das mostras de curtas (A Mulher que Sou e Marie), de longas latinos (com o non-sense A Son of a Man) e longas brasileiros (com o drama de suspense adolescente Raia 4).
Neste domingo, a expectativa fica por conta da entrega do Prêmio Assembleia Legislativa, que premia os curtas gaúchos; e pela homenagem ao ator Léo Machado, que também foi apresentador do Festival de Gramado por muito anos, com a exibição de seu último trabalho, Legalidade. A atriz Cleo Pires deve participar da sessão. Já a mostra competitiva exibirá o curta O véu de Amani e o longa latino La Forma de Las Horas.