O Coro da Universidade de Caxias do Sul, que comemorou 50 anos de atuação no ano passado – apenas um a menos do que a própria instituição de ensino – lida com um futuro de incertezas desde que a maestrina, Anita Campagnollo, e o preparador vocal, Ricardo Barp, foram demitidos de seus cargos, há cerca de dois meses. Os dois eram os únicos colaboradores do coro que tinham vínculo com a UCS, já que o corpo de cerca de 20 cantores atua voluntariamente. Desde a retirada de Anita, uma das fundadoras do coro, e de Ricardo, os cantores têm aguardado uma posição da UCS sobre o que será feito.     

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– Só sabemos que o coro deve ser transformado num laboratório do curso de Música, mas está suspenso até segunda ordem. Neste momento, penso que o coro está terminado, se vão fazer algo daqui para frente e chamar de coro, não será a mesma coisa que era – revela Alencar Henrique Fardin Filho, integrante do Coro da UCS desde 2017.

O grupo de cantores (sem a participação de Anita e Ricardo) escreveu uma carta aberta sobre o assunto, que foi destinada à reitoria da UCS, porém, não respondida. O documento avalia que a decisão da UCS desconsiderou a importância e relevância do coro. Veja um trecho:

“Este grupo de voluntários se via como parte de uma instituição e, através dela, acreditavam contribuir para o benefício cultural e desenvolvimento da sociedade. Surpreendentemente, porém, o grupo é destituído de sua atividade sem um mínimo planejamento concreto sobre como se daria a continuidade de sua existência, deixando seus participantes na expectativa de entender as motivações de tais decisões. A percepção de que fomos tratados com descaso e certa indiferença pela UCS, se acentua quando o grupo recebe como retorno uma agenda impalpável, que não oferece perspectiva”.

Neste ano, o Coro da UCS participou dos desfiles da Festa da Uva e teve apenas uma apresentação formal, agendada ainda no ano passado.

:: Contraponto: 

Givanildo Garlet, diretor da área de conhecimento de artes e arquitetura da UCS, confirma que o Coro sofre uma reestruturação, mas garante que as atividades não serão encerradas. Segundo ele, o grupo irá continuar em um novo formato, com o envolvimento do curso de Música. A tendência é que, neste primeiro momento, não haja profissionais contratados especificamente para trabalhar no Coro, mas sim o aproveitamento de professores do curso. A expectativa é apresentar o novo modelo até o final deste semestre.

- É preciso deixar claro que a UCS não está acabando com o Coro. Porém, neste momento, por conta de toda a dificuldade financeira enfrentada pela Universidade, foi preciso fazer ajustes internos para tornar essa atividade sustentável. O encaminhamento foi por incorporar o Coro ao projeto Escola de Música, que funciona junto ao curso. Temos pessoas trabalhando internamente nesta questão, para que possamos divulgar em breve o novo modelo. Os integrantes serão convidados a continuar participando do projeto, que é tão bonito e importante pelo retorno social que ele dá.

:: Outros cortes: Vale lembrar que, no início do ano, a Orquestra Sinfônica da UCS (Osucs) perdeu um terço de seus músicos. A instituição alegou problemas financeiros.

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