Se em 2017 a comunidade artística presente no festival de Cinema de Gramado reagiu ao veto do presidente Michel Temer à renovação da Lei do Audiovisual produzindo uma carta aberta, neste ano uma das preocupações dos realizadores tem sido o novo edital de fomento à produção cinematográfica da Agência Nacional do Cinema (Ancine). O presidente da entidade, Christian de Castro, esteve no festival na terça e falou ininterruptamente por quase uma hora – gerando pouco tempo para perguntas dos presentes.
As críticas dos realizadores e produtores é com relação às novas regras para a seleção de projetos de produção de longas-metragens dispostas no edital que disponibilizará recursos (valor total de R$ 150 milhões) do Fundo Setorial do Audiovisual. O processo seletivo levará em conta critérios de pontuação como avaliação do diretor, desempenho comercial e histórico de entrega da produtora. De acordo com o presidente da Ancine, as mudanças visam diversificar o investimento por meio de um processo feito com base na área técnica da agência.
A cineasta Marina Meliante (diretora do filme Mormaço) foi uma das que criticou as mudanças durante o encontro:
– Por que divulgar tão em cima da hora, e por que a gente não pode fazer uma discussão pública sobre esses critérios? Gostaríamos de fazer parte dessa discussão de como essas notas serão processadas e como a gente pode se preparar para os próximos editais. Como posso preparar minha empresa de uma forma que eu saiba quais são as regras de antemão?
Leia também:
3por4: samba e suingue marcam a entrega do troféu Oscarito a Edson Celulari
3por4: Marina Provenzzano é destaque no Festival de Gramado com "Mormaço" e "O Grande Circo Místico"