No palco, ambiente já tão familiar a Yangos, os tradicionais acordeom, violão, bumbo leguero, cajón e teclado repousam ao lado de alguns "intrusos" como triângulo e agogô. Quando finalmente os músicos César Casara, Tomás Savaris, Cristiano Klein e Rafael Scopel surgem, as camisas estampadas e coloridas que eles vestem reforçam a novidade: há uma certa descontração tropical apontando o horizonte pampeano do quarteto. O disco lançado com apresentação no Sesc, na noite de terça, é o quinto da carreira e tem nome autoexplicativo. Brasil Sim Senhor aponta para um caminho artístico que cresce sem amarras geográficas, sugerindo a integração desse pedaço de Brasil que pisa na geada com um Brasil de pés fincados na terra vermelha, na areia e por aí vai.
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A Yangos reinventa seus chamames, chacareras e milongas flertando com a força de ritmos tão gigantes e diversos quanto nosso território. Na prática, o quarteto continua fazendo o que sabe, porém, desafiando-se a num mergulho por águas menos conhecidas. Cada nova composição entoada ao vivo surge impulsionada pela vontade de se espraiar nesse Brasilzão de densas, animadas e folclóricas manifestações, renovando a já tradicional energia sonora que sempre atinge um ápice quando todo mundo tem vontade de sair dançando ou quando alguém da plateia solta um grito de "sapucay" (só para lembrar de onde estamos). Na verdade, a Yangos sempre fez questão de deixar suas origens muito claras, e descobriu que com as raízes bem firmes, os galhos sempre chegam mais longe — chegam até mesmo à Rússia, vejam só.
Ouça o disco aqui: