2017 foi um ano recheado de polêmicas locais que, grande parte das vezes, acabaram por refletir o pensamento dos caxienses com relação ao papel da arte. Confira aqui a retrospectiva da coluna, elencando alguns dos fatos, ações e iniciativas que movimentaram a cultura em Caxias positiva ou negativamente.
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PARA CIMA
:: O talento do quarteto instrumental Yangos reconhecido com uma inédita indicação ao Grammy Latino.
:: Caxias colocando três selecionados no edital Natura Musical. Um viva à Yangos, à Catavento e ao Festival Brasileiro de Música de Rua.
:: O coletivo Lambe Lamber’s, dos expressivos artistas visuais Stang, Pedro ECB e Xadalu.
:: A união de diferentes frentes da cultura caxiense e a criação do coletivo Cachinhos do Sul, fortalecendo o setor diante de tempos difíceis para a arte.
:: A atuação incansável do Conselho Municipal de Política Cultural contra o chamado “desmanche” da cultura.
:: O fortalecimento do Atillio’s 86 como um importante palco para a música autoral.
:: A iniciativa Paredes Vivas, encabeçada pela Tonin Imóveis, em levar painéis de arte para espaços em branco da cidade.
:: Os 10 anos do Mississippi Delta Blues Festival, consolidado como um dos mais importantes da América Latina.
:: O empreendedorismo de Toyo Bagoso ao abrir uma filial do Mississippi Delta Blues Bar no Rio de Janeiro.
:: A primeira edição do Festival Varilux de Cinema em Caxias, união de esforços da Unidade de Cinema e Aliança Francesa.
:: A volta da Feira do Livro de Caxias para a Praça Dante Alighieri, reivindicação da Associação dos Livreiros Caxienses e de boa parte da comunidade.
:: O produtivo ano do escritor Pedro Guerra, que assinou com editora nacional (Gutemberg), publicou dois livros, realizou concurso literário e ainda ministrou cursos de escrita criativa.
:: Natalia Borges Polesso e a visibilidade ainda crescente da obra Amora, acumulando prêmios e traduções.
:: A representatividade feminina em iniciativas como o Leia Mulheres.
:: Jonas Bender Bustince e a o Honey Bomb Records, selo que contribuiu para a vinda de nomes como Carne Doce e Liniker a Caxias. Jonas também foi painelista na Semana Internacional de Música (Sim) de São Paulo.
:: O trabalho do coletivo Salmon Grass misturando música, moda e entretenimento.
:: O crescimento do movimento vegetariano e vegano na cidade.
:: A consolidação de bazares alternativos que fomentam o mercado slow fashion local.
:: O segundo ano do programa 360 e a visibilidade nacional aos artistas da Serra.
:: As opções de lazer ao ar livre que têm bombado cada vez mais, como Garibaldi Vintage, Leopoldina Bier Garden, Jantar Sob as Estrelas, Vivere, festivais do La Birra, etc.
:: As ações culturais do Muinho Club, em Farroupilha.
:: A representatividade do aniversário de 50 anos da UCS e de 25 anos do curso de Design de Moda (um dos mais frutíferos do país).
:: A visibilidade conquistada pelo cantor Cirio e a participação no Lazinho com Você, da Globo.
:: O empreendedorismo criativo da moçada do coletivo audiovisual 1Quarto.
:: As ações de combate ao preconceito e à discriminação LGBT encabeçadas pela Level e pelo Alouca Café.
:: O Sesc fomentando cultura com muitas parcerias na cidade.
:: A seleção da bailarina Luiza Tomé (do Núcleo Artístico Ballet Margô) para a renomada escola Staatliche Ballettschule Berlin.
:: Os 45 anos do Festival de Cinema de Gramado.
:: A atuação da Varsóvia Educação e Cultura e do produtor Robinson Cabral em iniciativas grandiosas como Festival Especial, Cine Forqueta, Cinema de Verão, Cinema de Inverno, Cinema na Estação, etc.
:: O festival CineSerra e a visibilidade às produções locais.
:: A força conquistada pelo carnaval de blocos e o surgimento de novas iniciativas, como o Carnaval do Luizinho.
:: A participação dos caxienses da Lennon Z and the Sickboys no festival americano Viva Las Vegas Rockabilly Weekend.
:: O festival Medi in Rock, que realizou a oitava edição em Veranópolis.
:: A primeira edição do São Chico Beatles Weekend, com a presença da irmã de John Lennon na Serra.
:: A Galeria Cubo e o espaço às discussões sobre arte.
:: A poesia de Rafael Iotti, que estreou com o livro Mas é possível que haja outros.
:: O turismo fortalecido pela presença da Serra no longa O Filme da Minha Vida ou no MasterChef Brasil, da Band.
:: Fábio Panone Lopes povoando com arte o bairro de Wynwood, em Miami; ou a cidade de Puente Aranda, em Bogotá.
:: A louvável ideia audiovisual Divine, que movimentou a cena drag de Caxias.
:: A representatividade do coletivo de arte e cultura africana Math Art.
:: A participação de produções locais como Kátharsis, Ego Sum e The Neighboor em festivais internacionais.
:: Chiquinho Divilas e o fortalecimento do hip hop nas escolas e fora da periferia.
:: A continuação do Ocupa Imigrante.
:: As turnês internacionais de bandas como Cuscobayo, Jessica Worms, Infected Sphere, Os Bombarderos Suicidas, etc.
:: A estreia do Festival Enxame.
PARA BAIXO
:: O fechamento da UCSTV, que tinha programas inventivos como o Rede de Olhares na grade.
:: A última edição do Bento em Dança, importante iniciativa que a comunidade perde por conta da falta de apoio financeiro.
:: Toda a polêmica envolvendo o Financiarte. Primeiro, por conta da demora para a abertura do edital e da falta de diálogo da prefeitura com os profissionais da cultura. Depois, pelo violento corte da verba que estava prevista em lei. Por fim, pela suspensão do artigo que previa o valor destinado ao incentivo cultural.
:: A descaracterização do prédio da Maesa, que chamou atenção no início da ocupação do prédio pela prefeitura.
:: O rodízio de funcionamento dos museus aos domingos, enfraquecendo o turismo.
:: O Atelier Zambelli fechado desde agosto numa demorada obra de reforma.
:: A escassez de shows nacionais em Caxias.
:: A impossibilidade de a Associação Cultural Paralela realizar apresentações ao vivo.
:: O troca-troca em importantes cargos da Secretaria da Cultura, como a saída da titular da pasta, Adriana Antunes, e a exoneração de Carlinhos Santos e Marcelle Monteiro das unidades de Dança e de Cinema e Vídeo, respectivamente.
:: A não realização do Prêmio Anual de Incentivo à Montagem Teatral.
:: A polêmica local do caso Queermuseu, com a Câmara de Vereadores de Caxias encaminhando moção de repúdio à exposição e solicitando a retirada do catálogo da mostra da Biblioteca Pública Municipal (que também aconteceu em Bento), num ato descabido de censura à arte.
:: Caxias em Cena sem as tradicionais atrações internacionais na programação.
:: A perda da oportunidade de participar de um edital estadual que poderia incrementar o orçamento da cultura no município.
:: A ameaça da retirada da Casinha do Blues, instalada na Estação Férrea.
:: O enfraquecimento dos centros comunitários e pontos de cultura.
:: A performance de um bailarino na Praça João Pessoa, confundida com um surto pela Guarda Municipal e que expôs a fragilidade do pensamento comum quando o assunto é “o que é arte?”.
:: A derrocada do Carnaval de rua protagonizado pelas escolas de samba de Caxias.
:: O adiamento da Festa da Uva de 2018 para 2019.