A abertura do Bento em Dança, no sábado, contou com um anúncio pesado da presidente e idealizadora da iniciativa, Erci Grapiglia. Depois de 25 anos promovendo a dança na região e contribuindo para que o festival se transformasse num dos mais expressivos do gênero no país, ela sucumbiu à falta de incentivo e anunciou: a edição 2017 será a última.
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– Tornou-se insuportável e impossível de continuar. Infelizmente, esta é uma realidade que deixa a família da arte da dança muito triste – lamentou.
Erci enfatizou o crescimento do festival e trouxe dados impressionantes. Mais de 140 mil bailarinos passaram pelo Bento em Dança desde 1992, uma população que supera o número de habitantes da própria cidade. Artistas de mais de 20 países participaram da programação, que se tornou destino indispensável para a comunidade da dança de todo o país.
– Se as luzes do palco do Bento em Dança se apagarem, não é por desejo nosso, mas simplesmente pela falta de incentivo – finalizou a presidente.
À coluna, Erci contou que organizar o festival tornou-se insustentável. A edição deste ano, que tem atividades previstas até sábado, vai custar em média R$ 500 mil. O Bento em Dança conta com financiamento da Lei Rouanet, mas o apoio das empresas está cada vez mais difícil. Além disso, a verba que viria da prefeitura da cidade acabou suspensa nesta edição.
– Me aborreci demais neste ano, não posso acreditar que a prefeitura não tenha verba para um evento do porte do Bento em Dança, que promove a cultura e o turismo da cidade. Depois que anunciei o fim, prefeitos de outras cidades vieram me procurar com a possibilidade de levar o festival para outros lugares, mas não sei, meu coração está partido. A pressão das escolas está muito grande também, as professora vêm falar comigo chorando, é muito triste – disse Erci, à coluna.