Na Serra desde dia 5, o escultor o turco Kemal Tufan foi a Cachoeira do Sul em busca do material de trabalho para os próximos meses. É desta pedreira que sairá o granito para as esculturas que serão produzidas no mês de novembro, no 4º Simpósio Internacional de Escultores em Bento Gonçalves, que terá financiamento do Procultura RS e da Lei Rouanet.

Tufan será o curador do encontro vai pôr em prática sua experiência curatorial do Simpósio Internacional de Escultura Büyükçekmece e da Bienal Yesemek. Também conta sua articulação com mostras e artistas internacionais: já expôs esculturas ao ar livre em 35 países, dentre Japão, Finlândia, China e Estados Unidos, dinamizando e popularizando o simpósio do qual foi ativo articulador na última edição, em 2014.

Pioneiro: Qual o desafio dessa sua nova curadoria?
Kemal Tufan: Levar o Simpósio a um nível artístico maior, porque cada edição progride graças à experiência do passado e à nova visão do curador. A responsabilidade maior é garantir harmonia. Quando o curador seleciona os artistas participantes, consequentemente escolhe níveis das esculturas também.

Como a produção escultórica pode atrair mais público? Quais estratégias? Como exibir?
É importante organizar visitas guiadas com as escolas, nas quais se explique o que os artistas estão fazendo, sendo que a escultura contemporânea é ainda pouco conhecida entre as pessoas. Assim, se as pessoas entendem o processo de criação das obras, elas respeitam as esculturas que veem no dia a dia. O nosso principal público alvo é de jovens e crianças, pois eles já estão prontos a receber informações, enquanto com adultos já é mais difícil. Aqui em Bento também sei que uma garota que visitava o simpósio está estudando música na faculdade. Resumindo, se atrai público informando, convidando-o, criando ocasiões de interação com os escultores.

Qual a importância do simpósio para Bento?
Tenho muitos contatos com escultores no mundo, portanto a minha função é fazer com que o mundo olhe para Bento, com que as pessoas queiram vir. Assim, a população local terá ao seu dispor uma coleção de obras de arte que sobreviverá por gerações e gerações. O bom é que esta geração pode participar do processo de criação: embora por poucos dias, os resultados durarão pela vida.