Uma prótese de bico de tucano é um dos primeiros produtos da MarcoAdditive, nova marca da Apolo. O protótipo foi apresentado nesta quarta-feira (17), durante evento de inauguração do novo braço da empresa, em Farroupilha. A prótese deve ficar pronta nos próximos dias e será usada em um tucano que é paciente do hospital veterinário da Universidade de Caxias do Sul.
Ele foi atropelado há cerca de seis meses e teve uma fratura na asa e na parte inferior do bico, o que dificulta a alimentação. Com a prótese, poderá voltar a comer sozinho, sem ajuda.
— A prótese é muito funcional, respeita as bases anatômicas do bico. Essa é uma forma de propiciar ao animal que se alimente de maneira adequada. É uma grande vantagem — diz Gabriel Guerreiro Fiamenghi, professor e responsável técnico pelo zoológico da UCS.
Com grafeno na composição, o que garante maior resistência, a peça será produzida por meio de impressão 3D. A expectativa é de que seja colocada no tucano já na próxima semana.
Assim como faz prótese animal, a MarcoAdditive poderá produzir próteses humanas e outros objetos de maneira personalizada, de acordo com a necessidade do cliente, como uma peça de carro ou um vaso de flores. A empresa tem capacidade para confeccionar milhares de itens, mas pode fazer apenas um com a mesma individualidade.
Conforme o diretor da Apolo, Alberto Calcagnotto, a intenção é ter dentro da unidade equipamentos maiores, em breve, que possam, por exemplo, imprimir peças do tamanho de uma máquina de lavar roupa.
— Às vezes, precisamos resolver uma engrenagem e precisamos esperar 30 dias por uma peça. Aqui, podemos ter em um ou dois dias. O que temos aqui não é um produto para vender, mas uma solução — destaca, durante o evento de lançamento.
Demandas internas
Além de produzir para terceiros, a MarcoAdditive irá suprir demandas da própria Marcopolo, grupo da qual faz parte. A primeira fase do projeto, de impressão polimérica, recebeu investimento de R$ 2,5 milhões. A próxima etapa deve ser colocada em prática no ano que vem e prevê a impressão de pó metálico.
A Apolo projeta crescer 200% até 2025 e, a partir, daí, crescimento 36% a cada ano.