Bons relacionamentos são aqueles em que as mágoas não atravessam a noite. Você pode ter tido uma discussão que raspou o afeto que sente por alguém, mas isso não despertará o ressentimento. É natural acontecerem oscilações emocionais, pois nossos humores também variam e nem sempre respondemos de maneira adequada a amigos, colegas, maridos e esposas. Acabamos agredindo gratuitamente só porque esbarrou em nosso caminho numa hora inadequada. Mas, como saberiam que estávamos interiormente debilitados? Não podemos contar só com a razão quando alguns impulsos primitivos tomam as rédeas e provocam agressividade. Entre os casais, a prática de cada um observar a si mesmo com acuidade e sincero desejo de mudança não costuma ser vista com frequência. Mais fácil é apontar o dedo acusador e continuar com a briga. Deixamos de lado a possibilidade de reavaliar nossas atitudes, alterando padrões de comportamento. E quantos alimentam propósitos de represália por meses, anos. Encastelam-se em seu orgulho estéril, até com certo prazer em se definir como vingativos. Tenho pensado em como é importante fazer tábula rasa de tudo. Por que ficar repisando o que não tem mais relevância? É uma tortura que incomoda ambas as partes.
Opinião
Gilmar Marcílio: aprenda a esquecer
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Gilmar Marcílio
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