Um auditório lotado, com mais de 100 pessoas, para assistir a um painel sobre Estratégias em Renda Variável sinaliza o interesse por novas perspectivas de melhor rentabilidade. Cassiano Ciampone, sócio responsável pelo relacionamento com investidores dos fundos geridos pela AZ Quest, resume bem esse novo ciclo:
– A bolsa hoje é um baita investimento.
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Ciampone e Marcelo Faria, que é Gestor de Renda Variável da Porto Seguro, estiveram terça-feira (12 de fevereiro) à noite em Caxias, como convidados da Messem Investimentos para revelar prognósticos do cenário global.
A seguir, a coluna destaca algumas das declarações de cada um deles.
Cassiano Ciampone:
— Quero deixar uma mensagem de otimismo e também de provocação, pelo que está acontecendo no mercado brasileiro atualmente. Se o nosso cenário macroeconômico estiver minimamente correto, o Brasil vai começar a conviver com taxas de juros estruturais mais baixa daqui para frente. Se ocorrer, vai mudar de forma drástica a forma como o brasileiro olha para a sua carteira de investimentos.
— Por décadas, o brasileiro se acostumou a poupar em um tipo de produto que era muito vantajoso para todo mundo. Os produtos atrelados ao indexador CDI (Certificados de Depósito Interbancário) eram um produto hiper rentáveis (exemplo:Certificado de Depósito Bancário, Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio). Eram investimentos com liquidez e sem risco.
— Com a taxa Selic a 4,25%, aquele plano que você tinha de aposentadoria não consegue mais, porque os juros reais estão mais baixos. Fiz uma conta básica, e se aplicarmos em produtos atrelados ao CDI hoje, em termos reais, daqui há 20 anos, equivalerá a você perder 25% do seu patrimônio. Você aplica R$ 1 milhão agora e daqui há 20 anos vai ter o equivalente a R$ 750 mil. Então, as pessoas terão de fazer suas escolhas de investimento.
Marcelo Faria:
—Nosso cenário hoje é diferente do externo. Enquanto nós estamos saindo da maior recessão da história, nos Estados Unidos, Europa e Japão, eles estão no maior período sem recessão, desde 2008, em que esses países estão fazendo um esforço tremendo para impedir a volta da recessão.
— Existe um paradigma que está posto, em que os bancos centrais (EUA, Europa e Japão) fizeram de tudo até agora para evitar uma recessão, primeiro baixando os juros a nível zero ou negativo, depois comprando títulos e colocando no mercado. Tudo isso nos trouxe ao dia de hoje, em que os ativos financeiros globais, incluindo as ações, se beneficiaram mais do que o salário das pessoas que não tem ações.
—Digamos que os bancos centrais sejam bem sucedidos em continuar inflando os ativos, as tensões sociais crescem moderadamente, sem extremismos, e as eleições sendo ganhas por candidatos responsáveis. Isso abre uma janela pra o Brasil continuar a fazer as reservas, ancorando nosso fiscal, e gerando o que precisamos para manter os juros baixos. Aí nós teremos de aumentar nossa parcela em ações.
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