Com asfaltamento esperado há pelo menos 50 anos, o projeto para a obra de pavimentação da BR-153, conhecida como Transbrasiliana, deve ficar pronto até o final do ano. A previsão é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O trecho de cerca de 60 quilômetros que liga Passo Fundo a Erechim é utilizado por agricultores e veículos de grande porte para escoar a safra da região. Se fosse asfaltada, a via reduziria em até 13 quilômetros a distância entre Passo Fundo e Erechim, além de desafogar o trânsito intenso na RS-135.
O Dnit não deu detalhes sobre o projeto, mas informou na quarta-feira (26) que está em fase de licenciamento ambiental e aguarda o Termo de Referência do órgão licenciador Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
"Ainda não há previsão do início das obras. Referente aos valores, só serão conhecidos após a finalização dos projetos", diz a nota enviada à reportagem.
A confirmação vem na esteira do anúncio de investimentos do governo federal. Em março, a pavimentação do trecho entrou no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), junto da duplicação da BR-285, em Passo Fundo.
Em todo o Brasil, serão distribuídos R$ 1,7 trilhão em diferentes setores como saúde, educação, infraestrutura e saneamento. Somente no Estado, o investimento orçado é de R$ 29,5 bilhões.
Quem usa a rodovia relata prejuízos
Os buracos da estrada já deixaram prejuízos aos agricultores e motoristas que passam por ali. Um exemplo é Celso Pinto de Toledo, que sempre planeja o investimento da safra prevendo algum prejuízo no maquinário por causa do trecho de chão batido.
— Da última vez foi a colheitadeira enroscada em um barranco devido a estrada estreita. Não tinha nem cascalho. A colheitadeira acabou deslizando e bateu num barranco. Foram R$ 12 mil que eu poderia investir na plantação, mas que virou prejuízo — lembra.
Valdir Vieira Rocha, 48 anos, é morador do Sertão e perdeu as contas de quantas molas e pneus furados teve que trocar. Nos últimos anos, ele deixou de comprar um veículo novo para a família.
— Não tem como, né? É pneu furado, amortecedor estragando. A gente praticamente não pode ter um “auto” novo. Tá sempre estragando — desabafa.