Por Nadja Hartmann, jornalista
Com grande responsabilidade, assumo a partir de hoje esse espaço de opinião com a missão de garantir ainda mais protagonismo a Passo Fundo e região, em especial, às áreas de política e agronegócio, dois setores que não apenas dialogam, mas que não raras vezes, se cruzam, e que mantêm até mesmo uma relação de interdependência. A maior prova disso é a Expodireto Cotrijal, que se inicia na próxima segunda-feira, em Não-Me-Toque. Já se tornou clichê dizer que a feira é um “palco de reivindicações do setor”, e este ano certamente não será diferente. Infelizmente, porém, há reivindicações que se repetem há várias edições, sem solução efetiva.
Política de Estado
É o caso do enfrentamento da estiagem, que já esteve no centro dos debates da feira no ano passado, em 2021, em 2020, em 2019, e deve ainda continuar muito tempo em pauta, pelo menos enquanto o combate à estiagem continuar a ser tratado como política de governo e não como política de Estado, com soluções que perpassem governantes, gestões e partidos políticos.
Encontro
Ao contrário de edições anteriores recentes da feira, quando era tida como “quase certa” a presença do presidente da República, esse ano não há essa expectativa. O convite oficial, inclusive, nem foi entregue ao presidente Lula, já que segundo a organização, a presença dele demandaria um forte esquema de segurança. Por outro lado, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro já confirmou presença na segunda-feira (6), na abertura da feira, no mesmo dia em que a Expodireto estará homenageando a ex-ministra Tereza Cristina na Calçada da Fama.
Representatividade
Após sete anos sem uma cadeira na Câmara dos Deputados, Passo Fundo, a partir de quinta-feira (2), volta a ter representatividade em Brasília com o mandato do deputado Luciano Azevedo (PSD), que assume no lugar de Danrlei de Deus (PSD), chamado para o secretariado de Eduardo Leite. Ao contrário do seu mandato como deputado estadual, quando transformou seu gabinete na Assembleia, na “Embaixada de Passo Fundo”, dessa vez, Luciano terá que dividir o gabinete com a equipe de Danrlei, que permanece em Brasília. O deputado, inclusive, não levará nenhum assessor para a capital federal. A ideia é montar um escritório regional em Passo Fundo, que deve ser coordenado por João Bordin, ex-secretário municipal de Obras e fiel escudeiro de Luciano desde os tempos da Assembleia Legislativa.
Emendas
Aliás, Luciano já afirmou que não irá morar em Brasília e deve retornar toda a semana a Passo Fundo. Quanto às emendas do orçamento, cujos valores e destinação para 2023 já foram definidos pelos titulares dos mandatos, ele defende que um deputado deve ser muito mais do que “cavocador de recursos”. Justifica dizendo que recursos são importantes, mas que um parlamentar deve atuar apresentando propostas e colaborando com debates importantes para a sociedade. Vale destacar que, como deputado estadual, Luciano foi um dos principais defensores da bandeira da transparência no setor público.
Relação azedada
E a relação entre o Executivo e o Legislativo de Passo Fundo que encerrou o ano de 2022 bastante arranhada por conta da rejeição da Câmara do projeto de subsídio de R$ 2milhões às empresas concessionárias do transporte coletivo pode se azedar ainda mais neste ano pré-eleitoral. Na terceira sessão plenária do ano, nesta segunda-feira, o assunto já voltou à pauta com um discurso duro do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), que criticou o atendimento na área da saúde no município, que deve ser alvo, inclusive de um Pedido de Informação.
Flutuantes
Já de olho em 2024, as posições este ano devem começar a ficar mais claras na Câmara, onde deve sair de cena o comportamento de uma “oposição flutuante” para posicionamentos que visam marcar terreno visando o “legado bolsonarista” em Passo Fundo. Com isso, a base de governo, - por vezes também um tanto flutuante -, terá que fincar bandeira e firmar posição, uma tarefa que passa pelo novo secretário de Relações Institucionais, Josué Longo.