Por Julcemar Zilli, economista
Publicada nesta segunda-feira (8), a pesquisa da Universidade de Passo Fundo (UPF) sobre o custo da cesta básica oferece uma perspectiva tangível dos desafios enfrentados pelas famílias passo-fundenses no atual contexto econômico. Em março de 2024, os produtos mais comuns nas casas brasileiras tiveram alta de 2,66%, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelos consumidores, que se deparam com a elevação dos preços dos itens essenciais.
Nos últimos 12 meses, a cesta básica continua apresentando queda de 2,02%. Porém, estamos vendo uma redução no poder de compra: em março de 2024, precisaríamos de 1,03 salário mínimo para comprar a cesta básica e, nos meses anteriores, a população necessitava de 1,01 salário mínimo para comprar os produtos básicos.
Dentre os alimentos que mais contribuíram para a alta do valor da cesta estão a carne de frango, alguns hortifrútis, óleo de soja e ovos. Por outro lado, a farinha de trigo e o feijão foram os produtos que apresentaram as maiores quedas nos preços entre fevereiro e março de 2024.
Impacto dos indicadores às famílias brasileiras
Com base nos dados apresentados pelo Relatório de Mercado "Focus" do Banco Central, é possível vislumbrar um panorama econômico que mescla indicadores promissores com desafios persistentes. No entanto, é essencial analisar não apenas as projeções macroeconômicas, mas também entender seu impacto concreto nas famílias brasileiras, como evidenciado pelas pesquisas do curso de Ciências Econômicas da UPF sobre o custo da cesta básica em Passo Fundo.
O crescimento projetado da economia brasileira para os anos de 2024 e 2025, embora positivo, sinaliza um ritmo gradual e modesto. A previsão de 1,89% para 2024 e 2% para 2025 reflete um cenário de recuperação gradual, marcado por incertezas domésticas e internacionais; ou seja, essas projeções estão sujeitas a uma série de variáveis, incluindo a estabilidade política e os desdobramentos do cenário global.
No que diz respeito à inflação, observa-se uma leve revisão para baixo em relação ao relatório anterior, com uma projeção de 3,75% para 2024. Apesar dessa revisão, permanece a preocupação com a pressão inflacionária, especialmente diante do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, que têm impacto direto no custo de vida das famílias.
Diante desse cenário, é fundamental serem adotadas abordagens cautelosas e equilibradas, buscando conciliar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento, a fim de promover uma recuperação econômica sustentável e socialmente justa.
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