Por: Nelsa Ines Fabian Nespolo, presidente da Justa Trama e da Unisol/RS
A estratégia de desenvolvimento no olhar e na prática da economia solidária, promove desenvolvimento porque transforma vidas e economias dentro das comunidades locais, promovendo o consumo local e a geração de renda. Ao mesmo tempo que cuida do planeta, dando destino correto aos resíduos, gerando energia limpa e especialmente sem uso de agrotóxicos.
A Central Justa Trama é uma boa prática do que é a economia solidária, ela é a maior cadeia produtiva no segmento de confecção de economia solidária no Brasil, articulando mais de 700 cooperados/associados, em cinco estados da federação: Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Ceará e Rondônia. O processo se inicia com o plantio do algodão agroecológico e atinge seu fim na comercialização de peças de confecção produzidas com o mesmo insumo, fomentando todos os elos de uma cadeia de produção.
A Cooperativa é a articuladora de uma cadeia de algodão agroecológico, baseada em um modelo de produção que valoriza o trabalho, o empoderamento feminino, o desenvolvimento comunitário e a sustentabilidade ambiental. E surge fortalecendo a economia solidária, um modelo de desenvolvimento que não concentra renda e produz cuidando do planeta e da vida, sem o uso de agrotóxicos, já que o algodão convencional é a quarta cultura que mais consome pesticidas no país. O processo de preservação ambiental é feito em toda a cadeia, já que com os retalhos, dois grupos de mulheres, produzem bichos da fauna brasileira e com os fios restantes desenvolvem cordões para o tricô de peça ou macramê manual, gerando renda, sem gerar resíduos.
Nesta cadeia solidária não há intermediário ou atravessador, o valor final de comercialização tem um valor agregado para garantir a sustentabilidade da cadeia. Os produtos são comercializados diretamente pela cooperativa em Porto Alegre e com forte presença em feiras, como a Fresol que acontece, anualmente em novembro, em Passo Fundo.