Um novo recurso está sendo usado para combater o mosquito da dengue em Santo Ângelo, no noroeste gaúcho: é um trator com capacidade superior para aplicar larvicida biológico. O mecanismo lança o produto a até 60 metros de distância e cobre 60 hectares em apenas uma hora. É muito mais que um agente ambiental, que consegue aplicar larvicida em no máximo dois hectares no mesmo período de tempo.
A prefeitura de Santo Ângelo começou a testar o veículo nesta quarta-feira (13) e segue o trabalho até sexta (15). O objetivo é combater a proliferação do Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika vírus e febre chikungunya. O município de 76,9 mil habitantes tem 61 casos confirmados de dengue e mais de 170 em investigação. A preocupação é maior porque fica próximo de cidades com alto nível de infestação, como Tenente Portela e Santa Rosa.
A primeira aplicação com o equipamento foi realizada durante a manhã em bairros com mais focos do mosquito. À tarde, o trator realiza uma nova aplicação. A ideia é que até o final do dia o veículo tenha percorrido uma distância de 40 quilômetros dentro da cidade.
O mesmo equipamento já foi usado no combate à dengue no Distrito Federal e na cidade paulista de Indaiatuba, onde os resultados foram satisfatórios. O produto aplicado é biológico e, por isso, seguro para a saúde das pessoas e dos animais. Ele atua diretamente na água, quando o mosquito ainda está em fase de larva. Em um dia, pode matar cerca de 80% dos focos alcançados.
Na terça-feira (12), a Secretaria de Saúde do RS confirmou mais três mortes pela doença, sendo duas das regiões Norte e Noroeste.
Uma mulher de 81 anos com comorbidades, moradora de Santa Rosa e um homem de 76 anos, que também tinha doenças pré-existentes, morador de Iraí. Com isso, o RS chegou a 20 mortes pela doença. Por causa da situação preocupante, o Estado decretou situação de emergência em saúde pública.