Com oito cemitérios municipais e cerca de 24 mil sepulturas, Passo Fundo tem pouco espaço para a instalação de novos túmulos. Atualmente, o Cemitério Jardim da Colina, às margens da estrada Perimetral Sul, na Vila Jardim, é o único com terreno público disponível para novos sepultamentos na cidade.
No total, são 110 mil metros quadrados, o equivalente 11 campos de futebol, dedicados aos cemitérios da cidade. Isso quer dizer que os túmulos, de aproximadamente quatro metros cada, já utilizam 87% da área total. Com uma média de 70 sepultamentos por mês na cidade, o espaço que resta deve chegar ao limite em pouco mais de quatro anos.
Uma alternativa ao problema é a liberação de espaços abandonados ou que deixaram de ser utilizados pelas famílias. Para identificar esses locais, a prefeitura contratou via licitação uma empresa que fará o georreferenciamento dos cemitérios da cidade. O trabalho inclui base cartográfica, levantamento cadastral, inclusão de dados e digitalização do acervo, que ainda é feito manualmente.
De acordo com o secretário de Transportes e Serviços Gerais, Alexandre de Mello, o investimento no trabalho será de R$ 168,8 mil. A partir do estudo, o município vai analisar se deve destinar um novo terreno para comportar outro cemitério.
Em Passo Fundo, o maior dos oito cemitério municipais é o Cemitério Vera Cruz, com cerca de 20 mil jazigos. Em seguida estão os cemitérios da Petrópolis, Jardim da Colina, Ribeiros, Roselândia, Santo Antônio, São Miguel e São João.
Além destes, a cidade tem espaços particulares com poucas sepulturas, mas que não podem ser considerados cemitérios. Isso porque, até a promulgação da Constituição de 1988, moradores poderiam solicitar às prefeituras a construção de jazigos familiares em áreas reduzidas.
Cremação pode ser alternativa
O problema de falta de espaço para jazigos não é exclusivo de Passo Fundo. Isso porque, no sul do Brasil, é comum que cemitérios tenham concessões permanentes e alvarás de uso perpétuo do espaço, como explica Felipe Badotti, empresário e especialista do ramo.
— Assim, as famílias passavam o espaço da sepultura para os herdeiros, só que muitos lugares acabaram abandonados e ninguém devolve para a prefeitura — diz.
A cremação é uma alternativa aos espaços físicos ocupados pelos túmulos. Em Passo Fundo, o Memorial Vera Cruz, a única empresa que oferece o serviço na cidade e região, faz uma média de 50 cremações por mês na região, com custo médio de R$ 3,2 mil.
— A cremação tem uma limitação religiosa, então nem todas as famílias aceitam, mas se pelo menos uma parte dos óbitos fosse para cremação, já poderia ajudar a desafogar os cemitérios — salienta Badotti.