De janeiro a outubro deste ano, o 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar de Passo Fundo, no norte do RS, apreendeu 37.192,8 metros de redes de pesca irregulares. O último caso foi na última quarta-feira (25), quando agentes apreenderam 180 metros de rede ilegal na Barragem de Ernestina. Nesse caso, os policiais encontraram as redes com aproximadamente 80 peixes, incluindo fêmeas iniciando a desova.
A apreensão é apenas uma amostra da dificuldade em manter pescadores ilegais longe dos rios durante a Piracema, período de novembro a fevereiro, quando a pesca fica proibida para que os peixes passam retornar às nascentes para a reprodução.
Nas bacias do Rio Passo Fundo e Rio Taquari as restrições de pesca começam em 5 de novembro, enquanto no Rio Uruguai, que passa por boa parte dos municípios do norte gaúcho, a Piracema começa antes, em 15 de outubro. O motivo: trata-se de um rio maior com uma vasta diversidade de peixes, como explica o comandante do Batalhão Ambiental, tenente-coronel Marcelo Scapin Rovani.
— Já estamos trabalhando em conjunto com a Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina, com diversas ações em barragens e no curso do Rio Uruguai. O objetivo das operações é evitar a predação das matrizes que nesse momento estão subindo o leito do rio — afirmou.
Atividade predatória é mais comum em rios e barragens
Segundo Rovani, a pesca ilegal mais comum durante a Piracema acontece em rios e barragens menores ou secundárias, onde há acesso rápido e fácil. Há uma punição para pessoas flagradas descumprindo a lei: a multa pode ultrapassar os R$ 700, além de cobrar R$ 20 por quilo de peixe apreendido e responder por crime ambiental, com pena que varia de seis meses a um ano de prisão.
Mas, o mais importante, conforme o tenente-coronel, é a garantia que os peixes se reproduzam de maneira natural nessa época do ano — algo especialmente complexo neste ano, visto que a chuva forte que atingiu o RS nos últimos meses pode dificultar a reprodução enquanto a água do rio estiver mais caudalosa e agitada.
— É importantíssimo combater a pesca predatória nessa época com redes, caniços e molinetes. Assim podemos garantir o curso normal da maturação das fêmeas e machos para que eles cheguem nas nascentes e, assim, se reproduzam e repovoem os rios com novos animais. O Batalhão Ambiental vai atuar de maneira incisiva na fiscalização. Se flagrada a pesca ou o porte dos peixes se constituem crime, os responsáveis serão presos e respondem a processo por crime ambiental — pontuou.