Com o intuito de promover o bem-estar emocional dos alunos e colaboradores, o Colégio Notre Dame de Passo Fundo, no norte gaúcho, tem trabalhado diferentes iniciativas voltadas ao tema que está ligado ao objetivo do mês Setembro Amarelo.
Na tarde de terça-feira (10), alunos entre 4 e 5 anos se reuniram no salão da escola para falar sobre sentimentos.
A atividade faz parte do "Projeto Ser: Uma Cultura de Paz" e aborda sobre as relações e emoções das crianças, incluindo o bullying como tema, como afirma a coordenadora educacional de educação infantil Daniela Sebastiani Chiodelli.
— Esta é apenas uma das atividades do projeto. Nós temos desde a educação infantil projetos que visam esse trabalho do cuidado. Com eles nós não utilizamos o termo bullying, por exemplo, mas realizamos um trabalho de reforço positivo das ações, do que é legal e daquilo que não é. A escola já tem um princípio do cuidado da vida, de si e do outro. Isso já é um rotina para a gente — afirma Daniela.
A coordenadora também explica a importância de realizar este tipo de atividade para as crianças mais novas. Segundo ela, é nesta faixa etária que os pequenos começam a identificar os sentimentos e muitas vezes podem sentir dificuldade em nomeá-los.
— É importante mostrarmos para eles o que uma ação ou um gesto pode causar no amigo ou na professora. Tem que começar a identificar esses sentimentos, para que mais tarde, na adolescência eles consigam ter a construção desses sentimentos. É um aprendizado entre o que eu sinto e o que o outro pode sentir — disse.
Na biblioteca do colégio, a auxiliar Carol Avila criou atrativos para os alunos adolescentes. Em um mural com o título "Vamos tomar um chá? Aproveite uma nova leitura", a ação convida aos alunos e professores a desacelerarem enquanto tomam um chá e disfrutam de uma boa história.
Navegando pelas redes sociais, Carol encontrou a inspiração para criar um mural de flores com frases motivacionais e indicações de livros. Ela conta que a adaptação surgiu da ideia de uma floricultura no Instagram.
— O objetivo da floricultura era encantar os clientes. Quando vi pensei que eu poderia adaptar aqui no meu trabalho. Eu adicionei as frases e coloquei uma indicação de livro que os alunos podem retirar aqui na biblioteca — relata.
Todos os livros selecionados tem relação com a promoção do bem-estar emocional. Segundo Carol, a ação aborda uma ciência chamada biblioterapia, que utiliza o efeito benéfico da leitura para curar os males.
Com a frase "Se você está procurando um motivo para sorrir, aqui está", as ações da auxiliar de biblioteca têm chamado a atenção dos alunos que visitam o local durante os intervalos ou em atividades acompanhadas pelos professores.
As alunas Valentina Rovani Weiler e Amanda Pies, de 16 anos e alunas do 1º ano do ensino médio, afirmam que as ações promovidas pela escola ajudam a acalmar os ânimos e descontrair em meio a rotina de estudos.
— Eu acho essas ações muito legais porque dá uma descontraída e desestressa. A gente passa bastante tempo na aula, então quando saímos para dar uma arejada na cabeça é bom ter essas atividades. Outra questão legal é que eu geralmente leio sobre um tema muito específico e aqui, com as indicações, conheço outros gêneros de livros e autores — afirma Valentina.
— Essas ações são bem positivas para a saúde mental dos alunos. Do ano passado para cá a rotina mudou bastante, entrando no ensino médio. Temos novas matérias e várias provas, então essas atividades são muito boas para espairecer — completa Amanda.
Tempo de meditação
Entre as atividades promovidas pela escola para o bem-estar emocional dos alunos e colaboradores, o colégio também oferece sessões de meditação guiadas pela agente de pastoral escolar Louisiane Araújo.
A ação está ligada à pastoral escolar do Notre Dame, que incentiva e promove este tipo de atividade por compreender que a saúde mental e espiritual fazem parte da educação integral de crianças e adolescentes. O projeto é voltado para os estudantes do fundamental I, mas se estendeu para os colaboradores e deve ser ampliada para outros segmentos futuramente.
— A intenção é proporcionar vivências formativas com colaboradores e estudantes, possibilitando experiências de cuidado consigo, com o outro e com o planeta. Somos um todo integrado, cognição, emoção e espiritual. É preciso cuidar de quem cuida para que a nossa atuação seja de fato transformadora e humana em nossa forma de ser e fazer a nossa ação educativa — explica Louisiane.
Professor há mais de 20 anos na instituição, Ronaldo Neves afirma que a preocupação e orientação da escola diante da saúde mental de quem convive no local diariamente é muito importante, principalmente sob o olhar dos educadores.
— Nós lidamos com vidas todos os dias. Em uma semana passam pela gente 300 a 400 alunos diferentes. É importante a gente estar bem consigo mesmo para poder estar bem com eles também — complementa.