Na era do streaming, são várias as possibilidades de assistir a um filme de forma online. Seja pelo computador, celular ou pelas televisões smart, são diversas plataformas que oferecem o serviço de transmissão atualmente.
A facilidade e o avanço da tecnologia tornaram essa opção mais atrativa ao público, que diminuiu a adesão às locadoras, tradicionais nas décadas passadas, para aluguel de filmes.
Em Passo Fundo, duas locadoras de filmes sobrevivem com a aluguel e venda de filmes em meio à era digital. No entanto, para se manterem "vivas", foi necessário ampliar a oferta de produtos e negócio.
Na Avenida Sete de Setembro, no Centro, quem transita nas proximidades do cruzamento com a Avenida Brasil deve se perguntar para onde foi a locadora Max DVD Vídeo. É que o espaço foi remodelado há cerca de quatro meses. O estabelecimento, que até então locava DVDs e blu-ray, agora oferece também venda de grãos e alimentos naturais.
— Só com a locadora não iria dar, se tornou inviável. Agora, temos a loja de grãos e produtos naturais na frente da loja e deixamos a locadora para o espaço de trás — conta o proprietário Maximiliano da Silva Corralo.
Desde 1990, Max, como é conhecido pelos clientes, loca filmes de diferentes gêneros em Passo Fundo. No cadastro da loja, são mais de 20 mil clientes que se cadastraram nesta história de 33 anos. Ele lembra que, em tempos áureos do acesso ao DVD no Brasil, entre 2003 e 2004, chegava a locar 2 mil filmes por sábado, dia em que as pessoas costumavam assistir um filme no momento de lazer e descanso.
— Era uma loucura. Locávamos entre 1,5 mil e 2 mil títulos a cada sábado, porque era o programa favorito das famílias. Hoje, o movimento caiu, é verdade, mas temos um público que segue retirando filmes — afirma.
É o caso do passo-fundense André Luiz Silveira, 70 anos, que retira filmes na locadora de Max. Com gosto bem variado, que vai desde a comédia até a ação, ele opta por retirar filmes em DVD para assistir com a esposa.
Silveira passa por um tratamento de pele e, por isso, necessita ficar menos exposto ao sol. Desta forma, assistir filmes se tornou um passatempo e um momento de lazer e companhia.
— Eu pego filmes para assistir durante a semana e também no fim de semana. Temos gosto bem variado. Como não posso caminhar muito, nem ficar no sol, assisto os filmes em casa para passar o tempo — explica.
Disco físico x streaming
Com o avanço das tecnologias e a oferta de plataformas streaming, a realidade se alterou, até mesmo no fornecimento de filmes físicos pelas gravadoras às locadoras. Segundo Corralo, atualmente a locadora recebe dois títulos novos por mês, quando antigamente o número chegava a 60 filmes atualizados.
Mesmo com a força da era digital, a locadora mantém seu público fiel. Corralo defende que o filme físico ainda possui vantagens sobre o streaming, como maior qualidade de imagem e de som, além de não oscilar conforme a conexão de internet.
— É claro que mudou muito, caiu bastante o movimento, tanto das pessoas quanto no nosso recebimento de filmes. Hoje, o streaming é uma locadora virtual. Mas a diferença é que o DVD entrega a melhor qualidade de imagem e também de som em sua plenitude. A internet não consegue entregar o que está no disco — argumenta.
Venda de filmes raros
Buscar alternativas para manter aberta a locadora também foi o desafio de Justina Inez Valério Nöthen, da Zilvia's locadora, que existe há 34 anos, na Galeria Central, entre a Avenida Brasil e a Rua Paissandu, no Centro. Além do espaço físico da locadora, ela também comercializa cosméticos e aluga a sala de reuniões.
— Acrescentamos outro segmento para poder manter as portas abertas. Só de locações, atualmente, não temos como sobreviver. Hoje também estamos vendendo filmes para colecionadores, que são muitos, e isso se tornou mais uma forma de renda para a locadora — explica Justina.
Na Zilvia's Locadora, o aluguel individual de filme é de R$ 7, mas existe a possibilidade de fazer pacotes com mais filmes por um valor reduzido, de R$ 5. O estabelecimento comercial vende filmes com preços que variam desde R$ 10 até R$ 300, no caso de discos mais raros.
Segundo Justina, a locadora também consegue segurar o público com filmes raros, sobretudo de velho oeste, bang-bang e de arte em geral.
— Nós temos um público que varia, que gosta de raridades. Nós temos clientes que acabam voltando para comprar filmes também — completa.
GZH Passo Fundo
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