Na tarde desta quinta-feira (21), Passo Fundo, no norte gaúcho, recebeu a primeira edição do Estratégia AgroTalks, que aconteceu no Bless Centro de Eventos. Com o objetivo de fomentar e trazer novas ideias para o agronegócio no contexto digital, o encontro contou com a participação de líderes e especialistas do setor, influenciadores e grandes nomes do marketing.
Através de palestras, painéis interativos, networking estratégico e debates ao vivo, a programação do AgroTalks teve como foco a nova era da comunicação.
O evento, pensado como uma plataforma de troca e aprendizado, contou com a participação de João Branco, ex-CMO do McDonald’s e referência em estratégias de marca, e José Luiz Tejon, um dos maiores especialistas em marketing agro do Brasil.
Para Tejon, uma das estratégias que devem ser consideradas pelos chefes de comunicação de pequenas, médias e grandes empresas do agronegócio, é a divulgação da origem do produto.
— Ninguém ligava de onde vinha o alimento antigamente. Agora, ele passa a ser decisivo para o consumidor final. Mostrar a natureza da origem é muito estratégico. As empresas têm que reservar um pouco das suas verbas para mostrar de onde vem aquela carne que está ali no ponto de venda. E isso serve para todo o tipo de empresa, inclusive as grandes, que são as maiores anunciantes da propaganda brasileira — afirma.
Os participantes do AgroTalks também puderam participar de um podcast ao vivo, em formato de mesa redonda, que contou com a presença de grandes empresas de fertilizantes, sementes e tecnologia, além de companhias focadas em cooperativismo e sustentabilidade. A troca de ideias teve como tema central o comportamento do consumidor agro, a adaptação das marcas às novas gerações e as tendências para o futuro do setor.
Para fechar a primeira edição do evento com leveza e criatividade, o stand-up com os influenciadores João Castro e Eduardo Palhares, os "Primos Agro", garantiu boas risadas do público. Os dois falaram dos desafios no campo e da importância de uma comunicação eficaz para engajar o público.
Comunicação humanizada
Entre as pautas discutidas e analisadas no AgroTalks está a comunicação humanizada e como ela pode fazer a diferença na hora de vender um produto, por exemplo.
Segundo a especialista em neuromarketing e estrategista digital do evento, Thayse de Lima Costa, existem diferentes meios de prender a atenção de uma pessoa em uma publicação nas redes sociais utilizando o inconsciente.
— O post tem que ser um tapa na cara da pessoa. Ele tem que fazer ela sair daquele limbo automático e se conectar diretamente com aquele inconsciente. Às vezes tu nem sabe por que tu curtiu algo, ou o que te chamou a atenção, e é algum desses gatilhos inconscientes que foi gerado ali — explica.
Thayse também avalia que conteúdos mais humanizados podem amenizar o rótulo de propaganda que, por vezes, incomoda o consumidor em publicações.
— Quando o nosso cérebro vê aquele material super produzido ele já pensa que é venda. Por isso que o natural e o imperfeito conectam tanto, e por isso também a importância de fazer essas publicações mais humanizadas, que o público realmente se identifique e chame a atenção — conclui.
Conteúdo que conecta
Há sete meses a produtora Farlen Pacheco decidiu investir nas redes sociais para compartilhar a rotina que mantém na propriedade da família em Ibirubá, no noroeste gaúcho.
Anteriormente, Farlen já criava conteúdo digital para uma loja de calçados da qual era proprietária. Após fechar o empreendimento, ela decidiu seguir somente com conteúdos relacionados ao agronegócio e afirma que o interesse do público é bem maior.
— Eu percebo que o pessoal se interessa muito por esse tipo de conteúdo. Eu mostro o meu dia a dia mesmo, a minha rotina, e as pessoas acabam se identificando. Tem vídeos que já chegaram a 7 milhões de visualizações, por exemplo — diz.
Com uma conta que soma 32 mil seguidores no Instagram, a influenciadora afirma sentir orgulho em representar as mulheres do agro.
— É mais difícil você encontrar a representação feminina nesse meio do marketing agro, geralmente os perfis são de homens. Me sinto feliz em poder mostrar esse lado como mulher — conclui.