Por Fernando Luiz Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável
Há quase três décadas, as Nações Unidas buscam reduzir a emissão de gases de efeito estufa no planeta. Tivemos Kyoto, Copenhague e Paris como momentos de avanços nessa discussão, mas o pano de fundo sempre foi a economia, o desenvolvimento dos países, o colonialismo ambiental e os interesses geopolíticos. Os gases de efeito estufa na atmosfera têm origem na revolução industrial, nos países desenvolvidos. Hoje, nações em desenvolvimento como China e Índia são as que mais emitem. Assim, só haverá algum avanço nas discussões da COP em Dubai a partir de um acordo entre esses grupos de países. O princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas deve ser mantido, e os compromissos já assumidos precisam ser honrados.
A indústria do setor vem investindo na busca de soluções tecnológicas e ecológicas para a descarbonização da economia
É vital que os governos mais ricos disponibilizem US$ 100 bilhões por ano para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões. O Rio Grande do Sul, via Executivo estadual (plano estratégico do governador Eduardo Leite para ações climáticas), e o Legislativo federal têm buscado compatibilizar o desenvolvimento social e econômico com as ações para mitigar as emissões. Vemos o lançamento do edital para contratação de um plano de transição energética justa e a apresentação de projetos de lei no Legislativo federal como ações fundamentais para atender às demandas dos gaúchos.
Com uma governança de Estado e o apoio da classe política e da sociedade, poderemos desenvolver a economia gaúcha e contribuir com as ações brasileiras para equacionar as questões climáticas no mundo, sem deixarmos para trás as famílias gaúchas e as cidades que vivem da economia do carvão mineral.
A indústria do setor vem investindo na busca de soluções tecnológicas e ecológicas para a descarbonização da economia. Com o foco na segurança energética e alimentar, busca fornecer energia firme e barata, além de complementar as fontes renováveis com carbono neutro e fertilizantes de baixo carbono. Uma nova indústria nasce no Rio Grande para aproveitar o seu patrimônio mineral. O carvão, a biomassa e as energias variáveis juntas podem garantir um futuro promissor à sociedade. Os gaúchos têm o que mostrar na COP28.