As reformas na previdência e nas carreiras do serviço público aprovadas durante a última semana na Assembleia merecem ser reconhecidas como históricas, mas seus efeitos são de médio e longo prazos e, sozinhas, não terão o condão de contornar o quadro de extrema privação das finanças gaúchas. Basta mais uma vez lembrar que a economia projetada é de R$ 19 bilhões no horizonte de uma década, enquanto o rombo das aposentadorias do Estado é de R$ 12 bilhões a cada ano. A firme opção do governo e do parlamento pelo caminho da austeridade e da responsabilidade, pelo que prenuncia, é o que mais deve ser saudado pela sociedade como a grande notícia. A sinalização emitida pelo Piratini e pelos deputados, e compreendida pela opinião pública, é de que, enfim, o Estado começa a encarar a dura realidade de suas contas flageladas, sem a busca por saídas simplistas, demagógicas ou fictícias, como a eterna espera por receitas extraordinárias que quase nunca se confirmam.
Opinião da RBS
Realismo no Rio Grande do Sul
Governos de todas as tendências, de vieses socialistas a liberais, ocuparam o Piratini e encontraram a mesma realidade, só agravada a cada exercício