A educação segue como a área na qual o Rio Grande do Sul se distancia de outras unidades da federação, o que vem colocando em risco seus níveis de qualidade de vida. Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados ontem, são menos desanimadores quando comparados aos de 2015. A avaliação do Ministério da Educação (MEC) demonstrou uma melhoria no desempenho dos estudantes gaúchos em todos os níveis. Ainda assim, muitos dos que conseguem concluir o Ensino Médio no Estado têm escolaridade, mas apresentam um resultado insuficiente em aprendizado.
Nada menos de sete em cada dez alunos matriculados no Ensino Médio na rede estadual do Rio Grande do Sul apresentaram nível insuficiente de conhecimento em língua portuguesa e matemática. O desafio, portanto, prossegue. Não há como o Rio Grande do Sul sair da crise e enfrentar dificuldades na área de saúde e segurança pública com alunos que chegam a essa etapa sem níveis de conhecimento satisfatórios em disciplinas que são essenciais para a compreensão das demais. Sem domínio da língua e sem familiaridade com cálculos elementares, dificilmente um aluno consegue avançar com facilidade nos estudos.
No Rio Grande do Sul, uma das razões pode estar em fatos como o apontado ontem por reportagem do Diário Gaúcho revelando que, numa escola municipal de Porto Alegre, muitos alunos ainda não tiveram aulas de matemática neste ano. Outros estão simplesmente há cinco meses sem professor de português. Tudo isso, como foi alertado na divulgação dos resultados do Saeb, faz com que a qualidade do ensino no país caia ainda mais. Entre as consequências práticas, estão prejuízos à formação dos estudantes para o mundo do trabalho . Isso ajuda a explicar as dificuldades de o país registrar desenvolvimento social e econômico.
Educação é justamente a variável que mais tem pesado na redução da qualidade de vida no Estado, como ficou evidente na recente divulgação do Índice de Desenvolvimento Estadual (iRS). A principal causa é justamente a elevada taxa de distorção idade-série, em grande parte, devido à banalização de falhas na área educacional. O Estado e o país não podem esperar mais para fazer com que os alunos concluam o Ensino Básico preparados para atuar como cidadãos e em condições de disputar o mercado de trabalho.