Os dados do Ministério da Educação sobre o ensino brasileiro assustam. Os indicadores do Ensino Fundamental apontam precária formação dos professores em termos de atualização da profissão, como motivação para tratar o ensino das crianças com amor e qualidade. Hoje a educação não é prioridade da política pública. O que mais assusta é a evasão escolar, que ocorre desde o 2º ano do Ensino Fundamental e entre o final dessa etapa para o Ensino Médio. Esse fato aumenta as desigualdades sociais e atrasa ainda mais o desenvolvimento nacional.
Devemos sair do academicismo para a era real do mercado de trabalho
A evasão escolar tem suas causas na ausência de interesse pelos estudos e essa decorre de currículos e cursos defasados, fora da realidade local ou regional. Cresce ainda em nosso país o analfabetismo, com uma população de cerca de 7 milhões de analfabetos, cuja idade se aproxima dos 15 anos. Segundo o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a melhora dos índices se dá nos anos iniciais do Ensino Fundamental. No Médio, as metas não estão sendo alcançadas.
O Ensino Médio no Brasil deve priorizar a preparação para o mercado de trabalho com cursos profissionalizantes. É preciso preparar os jovens não para um vestibular, mas para a vida. Esquecemos que a maior parte das profissões se concentra no Ensino Médio, nas áreas de saúde, agropecuária, indústria, comércio e serviços. O Sistema S brasileiro (Sescoop, Senai, Senac, Senar, Sebrae e Senat) procura preencher a enorme lacuna da ausência de técnicos para o trabalho. Devemos sair do academicismo para a era real do mercado de trabalho que demanda profissionalismo.
A meta proposta exige ajuste do sistema educacional ao desenvolvimento, para o Brasil crescer e progredir, oferecendo aos seus cidadãos possibilidades de trabalho para a obtenção de renda. A riqueza da nossa nação está relacionada com seu desenvolvimento e este, para os próximos 20 anos, tem relação com o Ensino Médio profissionalizante. Cabe ao Estado estimular e investir no ensino técnico e reduzir a oferta de matrículas para o ensino clássico de humanidades.