Em condições normais, o ideal seria o Estado retribuir os impostos recolhidos com serviços de qualidade para a população, sobretudo os essenciais, como saúde, educação e segurança pública. Diante da situação de bancarrota do governo gaúcho, porém, é meritória a iniciativa de empresários locais de doarem equipamentos para aplacar a carência das polícias.
Para o bem da população, o esforço foi bem recebido pelo governo do Estado, que criou um fundo comunitário para receber as doações. É importante ressaltar também a qualidade das viaturas, que oferecem mais recursos, segurança e conforto aos policiais. Em qualquer parte do mundo, equipamentos adequados são parte da motivação das polícias, um elemento fundamental para o ânimo de homens e mulheres que diariamente arriscam suas vidas no combate ao crime.
A criação de um fundo comunitário para receber as doações, desvinculado do caixa único, foi um passo adiante para evitar que os recursos caiam na vala comum. Sem veículos adequados, coletes à prova de bala e armamentos de alto nível, não há polícia capaz de enfrentar os bandidos. É preciso também aprender com os problemas e falhas de outros. No Rio de Janeiro, a segurança pública teve uma profunda mudança quando as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) foram criadas em parceria da iniciativa privada com o Estado. Infelizmente, com o passar do tempo, o governo não cumpriu sua parte de levar saúde e educação às comunidades carentes. O resultado do desmonte das UPPs é o que se vê hoje no Rio.
O modelo gaúcho de apoio à polícia é bem menos complexo. Ainda assim, a modernização das polícias e o aumento da quantidade de viaturas, propiciando maior sensação de segurança, indicam que o Rio Grande do Sul está num bom caminho. Habilita-se, inclusive, a dar exemplo a outras regiões do país.
Com doações para os órgãos de segurança, empresários dão demonstração de estarem fazendo sua parte, indicando que a sociedade pode e deve se envolver de alguma forma na busca de soluções para o problema. Um aspecto relevante da iniciativa é que os recursos estão sendo repassados por intermédio de uma entidade, sem qualquer pretensão de contrapartida. O único objetivo é a melhoria nos serviços. Isso será assegurado tanto pelo reforço com novos equipamentos quanto pela realocação dos disponíveis hoje para outras regiões.
Segurança precede tudo. Quando a sociedade se sente desprotegida, acaba tendo o acesso dificultado até mesmo a serviços essenciais, como os oferecidos em escolas e postos de saúde, situação inadmissível para os gaúchos.