O início das obras de expansão do Aeroporto Salgado Filho pela Fraport, que assumiu a administração do complexo em janeiro por um período de 25 anos, é um fato promissor para o Estado. Além das facilidades que vão significar para os gaúchos, os trabalhos têm a promessa de prazo rígido para conclusão. Aos usuários, isso significa a expectativa de contarem com melhorias imediatas como as dos sistemas de wi-fi, iluminação e sinalização no local. E, mais ainda, que já podem contar tanto com a aguardada ampliação da pista, com ganhos para o transporte de cargas, quanto com a do terminal de passageiros, com prazo estimado em 18 meses.
É significativo que a largada de investimentos iniciais de R$ 600 milhões esteja começando justamente pela demolição de um terminal previsto para estar à disposição dos usuários desde o final de 2016. Iniciados ainda durante a gestão da Infraero, os trabalhos consumiram mais de R$ 30 milhões, que na prática foram desperdiçados. Na data prevista para a entrega, apenas 18,5% do total havia sido realizado. E mal, a ponto de a nova administradora ter concluído que sairia mais barato começar tudo do zero.
Esse tipo de decisão precisa ser visto como marco de um padrão de concepção e execução de projetos, deixando para trás um histórico de leniência e desleixo no uso de dinheiro público. Nem o país, nem o Estado, ambos enredados numa crise financeira de proporções, têm o direito de enterrar dinheiro em obras sem prazo certo para terminar, muito menos as que não se concluem, na maioria das vezes por ineficiência gerencial do setor público.
Graças a um novo modelo, o de concessão, o Rio Grande do Sul tem agora a expectativa concreta de contar, num futuro próximo, com um aeroporto adequado às suas necessidades. O desfecho será ainda mais favorável se forem destravadas de uma vez as obras de expansão da pista para ampliar o transporte de carga, que dependem ainda de uma destinação para centenas de famílias hoje instaladas na área.