Os gaúchos assistiram ao seu parlamento se reunir por três dias, em convocação extraordinária promovida pelo governador José Ivo Sartori, e nada votar devido às manobras realizadas por partidos que representam a vanguarda do atraso na Assembleia. A Constituição Estadual estabelece que a pauta a ser apreciada é definida pelo chefe do Executivo no momento da convocação. Ocorre que, devido à fúria de uma oposição contaminada com os acontecimentos nacionais e cada vez mais radical e menos disposta ao diálogo, isso não foi respeitado.
De forma inédita, assistimos a um presidente da Assembleia, pressionado pela bancada do PT, não respeitar a ordem de votação enviada pelo governador e aprovada pela maioria absoluta dos deputados. Pela primeira vez, desde a redemocratização, o parlamento negou à população uma resposta sobre os projetos que ali estavam sendo debatidos.
Um parlamento que se nega a votar fica desmoralizado frente a quem deve representar.
Afinal, o que quer a oposição? Voltar a pagar a dívida com a União e enviar a Brasília R$ 280 milhões por mês, agravando ainda mais o quadro das finanças estaduais?
Sim, porque precisamos fazer uma escolha determinante para o futuro do Estado: continuaremos sem pagar a dívida por 36 meses ou voltaremos a pagá-la imediatamente _ já que a liminar que suspendeu o pagamento tem como argumento a iminente adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal (RRF).
Não é difícil imaginar o caos que viveremos se a segunda hipótese acontecer. Portanto, só podemos concluir que o que a oposição quer é o "quanto pior, melhor". Infelizmente, cada dia que passa sem a aprovação do RRF aumenta o risco de que a liminar seja derrubada por inércia da Assembleia.
Ocorre que, ao pensar que está atingindo o governador e os partidos que o apoiam, a oposição impacta na vida de todos para os quais o Estado deve prover os serviços essenciais com a qualidade devida.
Independentemente da decisão a ser proferida pelo Legislativo, é nossa função deliberar sobre matérias que chegam a esta Casa. Um parlamento que se nega a votar fica desmoralizado frente a quem deve representar. Os gaúchos aguardam uma decisão. Deixem a Assembleia decidir!