*Advogado
Muitos das futuras gerações brasileiras crescerão carentes de valores e conhecimento. Trata-se de uma afirmativa dura e, infelizmente, verdadeira. Perdemos o sentido de sociedade, perdemos o respeito.
Há pouco tempo, ouvi de um motorista profissional uma triste história. Em um final de tarde, a caminho do centro da cidade, haviam embarcado em seu automóvel duas mulheres e uma criança de sete anos. Repito, sete anos! Durante a corrida, as passageiras bebiam e usavam drogas, ameaçando o motorista, enquanto a criança, insistentemente, oferecia seus tênis para esconder os ilícitos, para “evitar” maiores problemas. Tristes histórias cotidianas.
Pergunto-me: o que será desta criança, com base familiar estraçalhada?!? Bem, como conforto, penso: ela ainda tem uma boa escola pública?!! Como? Não! A escola não tem as menores condições físicas, os professores estão em greve e alguns, ainda, estão fechando prédios públicos, bradando palavras de ordem contra pessoas e agredindo tudo e todos que tentam, de alguma forma, continuar suas vidas cotidianas. Situação complicada! Perdemos a base! Perdemos o respeito! Difícil planejar o futuro! Difícil até pensar em como colaborar. E, o pior, muitos que defendem este estado de “caos” permanecem imóveis e indignados achando que o mundo conspira contra eles e que há espaço para revoluções e ditadores.
Verdades absolutas e irracionais! Enquanto isto, corremos para o fim de gerações. Não tenho muita esperança de que a criança da narrativa alcance algo muito promissor na sua vida. Pobre vítima de pais e sociedade irresponsáveis! Vítimas de um sistema social falido que não valoriza o estudo, o trabalho árduo e a meritocracia. Será preciso mudar tudo! Em relação aos países desenvolvidos, estamos centenas de anos atrasados. Não dá mais! Para acabar com o êxodo intelectual do nosso país precisamos mudar internamente e entender que a sociedade só prosperará com respeito, educação de qualidade, trabalho, estado mínimo, empreendedores e liberdades individuais. De resto, tudo discurso barato para agradar à multidão e criar verdades e heróis pregadores do bem comum inexistente e aplicável no mundo irreal de Marx.