* Vice-presidente do Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS)
A necessidade de mudar o modelo tradicional de ensino é pauta constante em conversas, debates e eventos. Recentemente, tivemos em Porto Alegre um congresso para 2 mil pessoas em que o assunto foi abordado em três dias de programação. O que vimos durante o evento é que temos as ferramentas para mudar, mas falta atitude, ousadia para enfrentar o novo. Mas uma coisa é certa, se as escolas não ousarem buscar novas práticas pedagógicas, não irão subsistir.
Num cenário não tão distante, os alunos irão trabalhar em profissões que ainda não existem. Prepará-los para o futuro significa dar-lhes condições e habilidades necessárias para enfrentar o novo e o desconhecido. Se a escola quiser ser relevante e significativa para eles, tem que fazer diferente abrindo as portas para esse novo. Isso requer novas tecnologias, sensibilidade para experimentar novos métodos e iniciativa para fazer uso de outras formas de aprendizagem.
Se os professores não conseguirem entender que os atuais alunos pensam, agem e se relacionam diferentemente dos alunos que frequentavam as escolas anos atrás, não os prepararão para os novos tempos. Não significa apenas adaptá-los às novas tecnologias, mas, sim, transformar a sala de aula num local de descobertas, de construção e levar os alunos a conquistar o prazer de serem protagonistas da própria aprendizagem. Significa estar preparado para um olhar além do conteúdo e trabalhar neles as habilidades socioemocionais. Para isto, os professores deverão buscar intensamente sua qualificação profissional, que vá além da licenciatura. É preciso que assumam seu papel de educador em primeira pessoa. Se o terceirizarem, perderão seu espaço no coração do estudante.
Temos belíssimos exemplos de escolas, independentemente de região e nível social, que trabalham olhando para o futuro, professores atualizados que propõem aos seus alunos uma prática pedagógica contagiante, e famílias preocupadas com a realização pessoal e a felicidade de seus filhos. Isso mostra que é possível fazer uma boa escola e com ela a esperança de novos tempos. Basta ousar.