Sem ter conseguido, até agora, o aval da Assembleia a emenda constitucional que dispense a realização de plebiscito para encaminhar uma solução para o grupo CEEE, entre outras empresas do setor energético, o governo estadual analisa a possibilidade de uma solução no âmbito do anunciado processo de privatização da Eletrobras. A alternativa, porém, é incerta e demorada, enquanto a empresa gaúcha responsável pela distribuição, a CEEE-D, exige uma decisão imediata. Se isso não ocorrer, o risco é de uma intervenção por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com consequências imprevisíveis para os consumidores.
Responsável pela distribuição de energia para cerca de um terço da população gaúcha, a empresa atende a uma vasta área, que inclui desde Porto Alegre e toda a Região Metropolitana até o Litoral. Não pode, por isso, ficar na iminência de perder da Aneel o direito de vender energia devido à sua debilidade financeira e ao histórico de prejuízos.
E é o que ocorrerá diante de exigências estabelecidas ainda em 2015 pelo governo federal. Entre elas, estão equilíbrio financeiro e índices mínimos de qualidade do serviço, sistematicamente descumpridos.
A solução precisa ocorrer logo, para que os prejuízos possam ser contidos. O acerto na escolha, entre uma série de alternativas disponíveis, vai depender principalmente de vontade política do Piratini e de sensibilidade para a gravidade do problema por parte dos políticos gaúchos, que precisam se posicionar sobre a questão acima de divergências de ordem partidária.