Os flagrantes de compra e uso de drogas em horário de aula no pátio do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, chocam ainda mais pela leniência generalizada com que essa prática é tratada e pelo fato de o problema não se restringir à mais tradicional escola pública do Estado. Esse tipo de prática precisa ser enfrentado sem preconceito, com firmeza e objetividade, pois não tem como ser tolerado num ambiente escolar – entre outras razões, pelo fato de prejudicar o aprendizado.
Diante da denúncia Grupo de Investigação da RBS (GDI), a Secretaria Estadual da Educação prometeu celeridade para providências que já deveriam ter sido tomadas há muito mais tempo. Entre elas, estão desde mais iluminação pública para quem estuda à noite até o reforço no número de monitores e de câmaras de vigilância. É preciso urgência também na inclusão das escolas da Capital nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escola (Cipave). Inacreditavelmente, as instituições de Porto Alegre são as únicas que não participam da iniciativa até hoje.
São medidas tardias, mas necessárias – e é preciso fazer mais, nesta e nas demais escolas hoje submetidas ao narcotráfico. As providências para acabar com o problema precisam incluir medidas preventivas, mas também ações hoje inexistentes e que deveriam ser mantidas de forma permanente. Entre elas, está o reforço no monitoramento por câmeras e no policiamento contra traficantes, que não podem seguir impunes e livres para continuar elegendo estudantes como clientes preferenciais.