* Médico
Nas páginas policiais, vemos com frequência um ou outro delegado, após interrogar algum criminoso que foi preso por ter praticado um homicídio, muitas vezes com requintes de crueldade, ficar impressionado com a frieza e a naturalidade do assassino. Quem não viu a seguinte declaração: "Ele se mostrou frio e descreveu o crime com detalhes, não mostrando arrependimento". O arrependimento sincero nunca amenizará o ato praticado, nem a dor das famílias vitimadas, mas mostrará que ainda resta um mínimo de ser humano no agente de um crime.
É exatamente isso que assusta no comportamento dos diversos políticos acusados de corrupção, pois não mostram nenhum sinal de arrependimento, mesmo frente às mais robustas evidências da prática de delitos com catastróficas repercussões para a sociedade brasileira, especialmente para os menos favorecidos. O SUS finge que atende, os impostos são escorchantes, não temos segurança nem estradas, mas tivemos a Copa e a Olimpíada. Tudo para oportunizar outras fontes além do saque que já estava instalado nas estatais. E eles? Frios, sem sinais de arrependimento. E ainda justificam, acusando os acusadores de perseguição. O que fazer, como tirá-los de lá? Há quem diga que vai ser pelas urnas, mas eles já estão se antecipando com algumas leis que os protegerão e outras que nos forçarão a financiar suas campanhas com o nosso suado dinheiro, que na verdade nos deveria ser retornado na forma de benefícios para a população.
Alguém falou em plebiscito? Alguém falou em consultar a sociedade? Claro que não, por que consultar uma população que não passa de um bando de idiotas e de burros de carga para uma digníssima classe superior? Eles não querem nos ouvir, eles não querem nos representar, querem apenas continuar se locupletando. Não fazem pressão para corrigir a tabela defasada do IR, mas correm para reformar a Previdência e votar o projeto do seu interesse contra o abuso de autoridade. E não me venham com direita ou esquerda, pois ambas se uniram na rapinagem do erário. Se não estão unidas nos conteúdos programáticos, certamente se fundiram no caldeirão da corrupção. Os grandes partidos políticos e seus representantes hoje andam de braços dados, roubando e dilapidando a nação brasileira. E o pior de tudo, sem arrependimento.