Mais um dado preocupante para a educação brasileira foi divulgado. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad) mostra que, apesar de uma pequena evolução no Estado e país em 2015, temos hoje cerca de 2,5 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola. Entre tantas outras análises, este é um dado alarmante.
Dois milhões e meio de uma parcela fundamental da população para o país, suas crianças e adolescentes, estão onde? Pelas ruas, talvez, com as drogas e com a criminalidade. Sem horizontes ou perspectivas, qual o futuro deles?
Alguns procuram comemorar pequenos avanços e não se indignam, apenas jogam a culpa nos governos anteriores, na administração e na gestão da escola pública; já estes vão dizer que não podem resolver a situação porque os anteriores não fizeram. Diante disso é necessário, ao invés de comemorar e dar desculpas, aprofundar o trabalho buscando recursos para trazer essas crianças de volta à escola, dando-lhes um futuro de fato.
O país enfrenta uma crise econômica e, para superá-la, são necessárias medidas fortes, austeridade, moralidade e tantas outras formas, mas fundamentalmente se precisa de um povo que tudo compreenda e que possa ir à luta para construir com os governos, em todos os níveis, oportunidades de trabalho. Se o povo tiver acesso a educação de qualidade essa proposta se expandirá, e então teremos mão de obra qualificada, homens e mulheres que empreendam, que ingressem no mercado de trabalho para transformá-lo.
Precisamos de um povo com educação e novos valores éticos e morais, capazes de participar de um novo momento de crescimento do país para que todos possam evoluir economicamente e não apenas os mesmos, os privilegiados.
Para tudo isso é fundamental que todos tomem consciência de que não podemos aguardar anos para escolarizar com qualidade essa população excluída, o futuro do país depende de suas crianças e adolescentes. É preciso se mobilizar em cada município, Estado e país para que a educação seja compreendida como investimento de fato e não como despesa em orçamentos públicos.