A retomada dos debates sobre projetos do pacote fiscal do governo do Estado, suspensos desde o ano passado, é uma questão que diz respeito a todos os gaúchos e, por isso, precisa ser acompanhada com atenção daqui para a frente. Sem a aprovação das medidas ainda pendentes – algumas das quais exigem o aval de pelo menos 33 dos 55 parlamentares, por se constituírem em Propostas de Emenda à Constituição (PECs) –, o Estado tende a enfrentar problemas para aderir ao plano de recuperação fiscal proposto pelo governo federal. Um eventual agravamento na situação da dívida para com a União tornaria ainda mais difícil o panorama das finanças públicas do Estado, que já impõe prejuízos generalizados.
Diante do quadro difícil enfrentado hoje, em que o poder público não consegue manter sequer a folha salarial em dia, muito menos fazer investimentos, é óbvio que a responsabilidade não é apenas do governo. Parlamentares, independentemente de estarem ou não na base de apoio, precisam pensar menos em diferenças e divergências partidárias e mais na urgência de contribuir para a recuperação do equilíbrio entre receita e despesa.
A particularidade de muitas agremiações políticas já estarem de olho nas movimentações com vistas à campanha eleitoral do próximo ano não serve como desculpa para adiar o enfrentamento dos projetos à espera de exame dos parlamentares. Esse é o momento de a sociedade acompanhar mais de perto quem está preocupado de fato em garantir um futuro menos instável para o setor público gaúcho e, em consequência, para o Estado de maneira geral.