A experiência de décadas de descontrole financeiro e a concessão de benefícios e penduricalhos a alguns setores nos fizeram chegar nessa situação econômica. Contamos moedas para pagar salários e justificamos o injustificável quando nos falta segurança, saúde e educação. Sempre prometeram mais do que se podia entregar. Em recente palestra em São Paulo, Pedro Parente, presidente da Petrobras, alertou: "Ou os governantes acordam e fazem as mudanças fortes estruturais ou o cenário grego é benéfico perto do que pode ser o nosso!".
Temos discutido aqui na Assembleia Legislativa uma série de medidas que vão dar mais controle ao gasto do governo e permitir que recursos sejam melhor investidos. Aprovamos a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Fundo Previdenciário para futuros servidores e vamos debater a transformação da licença-prêmio em licença-capacitação, o fim do pagamento de servidores cedidos a entidades sindicais, o repasse do duodécimo de acordo com a arrecadação entre outros pontos.
Teremos que dar ao Estado condições de eficiência, que ele caiba em um orçamento realista. Mas só a redução do seu tamanho não trará crescimento. É urgente tornar o Rio Grande do Sul atrativo, recuperando empregos e aquecendo a economia. E este é o momento em que toda a população gaúcha terá que participar da discussão sobre como reverter em bons serviços os suados e pesados impostos que pagamos diariamente. Entre janeiro e novembro de 2016, mais de R$ 103 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais foram arrecadados no Estado, mas o governo deve muito à sociedade gaúcha.
A calamidade financeira pela qual passa o Rio Grande do Sul nos colocou em uma encruzilhada. Os projetos enviados pelo governo ao parlamento gaúcho, quando mexem na estrutura do Estado, são chamados de pacotes de maldades. Mas que bondade está tendo o Estado ao longo dos anos com o cidadão que depende dos serviços para sobreviver? Acredito no caminho que serve à necessidade da grande parte da sociedade e não das minorias barulhentas e corporativistas. Infelizmente, tudo vai ser impossível ter, chegou a hora de priorizar.