O pedido de demissão de José Yunes, assessor especial do presidente Michel Temer, formulado ontem em caráter irrevogável, acrescenta mais combustível ao conflito entre os investigadores da Lava-Jato e a cúpula do PMDB, que comanda o governo e o Senado. O advogado, amigo de Temer há 50 anos, sai do governo no dia seguinte à divulgação da delação premiada do ex-diretor da Odebrecht que o identificou como receptor de doação feita ao partido pelo departamento de propinas da empreiteira. Na véspera, o próprio presidente da República, contrariado com o vazamento dos depoimentos, encaminhara carta ao procurador-geral Rodrigo Janot solicitando celeridade nas investigações para evitar interferência na agenda política do país.
Editorial