A calamidade financeira na administração pública estadual foi decretada pelo governador José Ivo Sartori ao se referir à situação do Rio Grande do Sul. Infelizmente, não creio que alguém imaginasse que estivéssemos passando por um momento diferente no nosso Estado. Com o objetivo de tentar melhorar e readequar os cofres públicos, foi anunciado um pacote de medidas considerado austero para combater a crise, mas muito necessário para dar início a uma grande transformação de modelo de gestão pública.
É de conhecimento público que toda essa situação vem se arrastando por anos e vem de outras gestões, mas não é mais tolerável que o governo não cuide e não priorize o mais básico. Queremos e precisamos ver nosso Estado voltar ao seu ambiente de normalidade, com o retorno do crescimento e do desenvolvimento. Estamos beirando o caos completo, e a imensa maioria de seus habitantes não aguenta mais viver com tanta insegurança, com o sucateamento cada vez maior da saúde pública, com a falta de prioridade na educação, com o parcelamento de salários, com a falta de investimento e incentivo para os empresários e a dificuldade em infraestrutura, entre tantas outras coisas.
Temos que ter a clara noção de que o atual modelo de gerenciamento público se esgotou. E que é indispensável a transformação, não sendo possível manter uma gestão pesada e caríssima, que quer ser servida pelos cidadãos, deixando-os sem esperança, quando na verdade o governo tem que ter como principal objetivo servir à sociedade.
Acreditamos que o pacote de medidas está na direção correta. Ele vem para que as prioridades sejam definitivamente colocadas em primeiro lugar. E para isso, além de um grande esforço do Sartori e da sua equipe, será imprescindível o sacrifício de todos. Mesmo que essas medidas tenham nascido após esse governo ter insistido nos mesmos erros dos outros, elas chegam ainda em tempo de olhar para as futuras gerações e colocando a escada para que todos nós subamos o primeiro degrau desta gigantesca transformação.
O desafio é enorme, principalmente para chegarmos a uma melhora verdadeiramente significativa e duradoura. O futuro é agora. O Rio Grande clama por nós. E nós temos que estar ao lado dele, mais uma vez. Mesmo isso significando o sacrifício novamente.