Aos futuros prefeitos, eleitos em primeiro e segundo turno nestas eleições: o recado das urnas foi duro, porém didático. Relembrando:
- o eleitor varreu o PT do poder nos principais municípios como resposta à prepotência e às práticas escandalosas de integrantes do partido;
- o alto nível de abstenção e de votos nulos em boa parte dos municípios foi um aviso (perigoso) à política e aos políticos brasileiros. A decepção e o desânimo são generalizados (e há razões de sobra para isso);
- os candidatos novos (em idade e experiência), com o discurso de aversão a tudo que está aí e de que é preciso pensar num jeito novo de administrar, foram valorizados nas urnas.
Posto isso, segue um pedido: a partir de 1º de janeiro, quando tomarem posse, não caiam na tentação de dizer que a prefeitura está endividada, que a burocracia impede o avanço de obras e projetos, que a corrupção nas prefeituras não era de conhecimento do prefeito e que a segurança pública não compete ao município.
Quando decidiram concorrer, todos os candidatos, sem exceção, sabiam que a situação dos municípios é péssima e que as engrenagens da administração são cheias de brechas para o desvio de dinheiro público. Ainda assim, aceitaram entrar na disputa com o discurso da eficiência. As promessas foram do corte de CCs e da redução no número de secretarias a implantação de aplicativos para tornar a máquina mais ágil. Falaram também que o prefeito tem, sim, muito a fazer pela segurança.
Então, falta pouco para começarem a colocar tudo em prática, sem o discurso da herança maldita, da falta de dinheiro que até hoje marcam as transições de poder no país, em todos os níveis. O eleitor acreditou no discurso do novo e mostrou que não irá mais tolerar a corrupção e a ineficiência nos serviços públicos.
Agora é hora de esquecer as rivalidades e torcer para que os municípios voltem a crescer. Chega de olhar para trás e de repetir a mesma choradeira que marcou as gestões municipais nas últimas duas décadas. É hora de apresentar soluções. É para isso que foram eleitos.
Mãos à obra.