Em meio ao bombardeio praticamente ininterrupto de más e desestimulantes notícias, enfim uma que todos nós aguardávamos com expectativa. Até o início de dezembro, o governo do Rio Grande do Sul deverá anunciar a proposta de reforma de Estado, que começou a ser desenhada há dois anos, no início do mandato de José Ivo Sartori. Entre as medidas mais esperadas, estão a venda e ou a fusão de organismos públicos que não têm sentido estarem sob o guarda-chuva do Palácio do Piratini, somente produzindo ineficiência e ainda mais prejuízo às já combalidas finanças.
Espera-se também o fim da sobreposição de órgãos que executam atividades similares, inclusive de secretarias e suas extensões, como coordenadorias e departamentos. Com essas mudanças administrativas, virão outras consequências purificadoras, como o corte de estruturas supérfluas, realocação e produtiva distribuição de servidores, o que deverá se converter em motivação para todos.
Embora a reforma seja imperiosa e condição básica para o início de uma gestão mais eficaz e coerente com a realidade, sabe-se que se trata de uma questão delicada e estratégica. Tanto que a proposição deverá ser apresentada em primeira mão aos parlamentares a fim de sensibilizá-los antes de ser levada à Assembleia Legislativa. As corporações vão resistir e talvez até tentar obstruir. Afinal, haverá perda de poder e todos temos consciência de que, uma vez tendo, ninguém quer perdê-lo.
Contudo, é crucial apoiar a implementação de um novo modelo de atuação estatal que possa começar a ajudar o Rio Grande do Sul a se recuperar, voltar a investir em áreas verdadeiramente importantes para os gaúchos e se desenvolver. Sinto que a classe empresarial está pronta a colaborar da mesma forma que, apesar das dificuldades, se mantém trabalhando em busca de inovação e iniciativas que sejam sempre sinônimos de conforto, bem-estar e qualidade de vida aos cidadãos.