Sim, leitor! O Sistema Único de Saúde (SUS) existe em função do objetivo de proporcionar a ti, na medida do possível, um cotidiano de saúde e de bem-estar, mesmo que, às vezes, não pareça. Ainda que possuas condições de pagar por um plano de saúde, tu continuarás a ser contemplado pelos serviços oferecidos pelo SUS, porque é um direito teu.
Por meio da Constituição Federal de 1988, foi criado oficialmente o SUS com o objetivo de zelar pela saúde dos cidadãos. Se tu, leitor, por exemplo, já foi beneficiado – ou teve algum parente ou amigo beneficiado – por alguma das campanhas de vacinação, organizadas pelo Ministério da Saúde, então, já foi contemplado ou foram contemplados pelo planejamento do nosso Sistema Único de Saúde. Além disso, em 2014, por exemplo, o SUS contabilizou 4,1 bilhões de tratamentos ambulatoriais, 1,4 bilhão de consultas médicas e 11,5 milhões de internações, segundo o Ministério da Saúde. Diante disso, acredito que o SUS não receba a devida valorização, porque o cidadão desconhece o SUS e, infelizmente, acaba repetindo determinado conceito enraizado.
Antes da Constituição de 1988, basicamente, existia o Inamps (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social) – para atender aos trabalhadores que tinham carteira assinada e seus respectivos dependentes – e outro sistema gerido pelo Ministério da Saúde para tentar promover auxílio ao restante da população. Em função desse quadro desigual, por ter de tentar oferecer auxílio à maioria da população, as ações do Ministério da Saúde ficavam sempre abaixo do padrão das ações que eram oferecidas pelo Inamps. Hoje os tempos mudaram, mas determinados preconceitos continuam enraizados na forma de pensar de boa parte dos cidadãos brasileiros. Isso porque é mais fácil repetir informações do que pesquisar a respeito do SUS. Não estou defendendo cegamente o SUS, estou apenas sugerindo a reflexão a respeito do papel do SUS em nosso cotidiano.
Escrevo, portanto, não para pedir o fim das críticas ao SUS, mas sim para pedir a valorização desse nosso sistema público de saúde. Isso porque de nada adianta somente jogar pedras no SUS. Existem muitos aspectos a serem melhorados no SUS, sim, mas peço que, em vez de apenas jogar pedras, o leitor nos ajude a construir um sistema de saúde mais abrangente e, principalmente, mais humano. Para que isso ocorra, precisamos aprender a não só criticar, mas também a valorizar o nosso Sistema Único de Saúde.