O governo precisa estimular o crescimento sustentável para resolver a maior crise econômica que o Brasil já viveu. Para tanto, deve reduzir o tamanho do Estado e atrair investidores globais, pois não temos poupança nem capacidade pública para implantar as infraestruturas necessárias. Entre as medidas de estímulo ao crescimento, está a revisão do parecer da Advocacia-Geral da União, de 2010, que impede empresas brasileiras de capital estrangeiro de comprar terras no Brasil. Orientado ideologicamente por movimentos de reforma agrária às vésperas da eleição, o parecer justificou-se pelas seguintes ameaças: venda ilegal de terras públicas, cultivo em áreas de proteção ambiental, especulação do preço da terra, grilagem, biopirataria na Região Amazônica, lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e da prostituição, ampliação da produção de etanol e biodiesel, etc. Para todas essas pretensas razões, existem legislações ou mecanismos que as coíbem, e é notório que empresas globalizadas são extremamente atentas ao cumprimento da legislação local.
O fato é que o parecer da AGU travou um portfólio de mais de R$ 80 bilhões em investimentos em vários setores do agronegócio com adensamento de cadeia econômica no Brasil. Ele contraria a Constituição e a tese que o próprio presidente interino Michel Temer defendeu como deputado constitucionalista: empresas brasileiras e empresas brasileiras de capital estrangeiro são iguais perante a lei brasileira.
É hora de o Brasil se tornar um Estado moderno, atraindo capital internacional que se integre a nossa economia, gerando empregos e renda para a população e provendo qualidade de vida a seus cidadãos. Ideologias ultrapassadas propagadas por movimentos com propostas alienantes não podem mais obstruir nosso crescimento. Esperamos que nossos governantes tenham visão de futuro para o Brasil, e que o governo Temer avance na reforma do parecer da AGU, pois essa é uma das ações capazes de criar condições para o desenvolvimento sustentável do país.