Um fato que deveria intrigar qualquer gestor público envolve os investimentos nacionais em educação. Os valores aplicados estão próximos da média dos países da OCDE, entretanto, o Brasil ocupa tão somente um vergonhoso 53º lugar no ranking de 65 nações, conforme levantamento do Pisa, um programa internacional de avaliação da qualidade da educação, da mesma organização.
Esta realidade, obrigatoriamente, leva à conclusão de que maiores investimentos não necessariamente acompanham, na mesma proporção, uma melhora no desempenho dos estudantes. Usar dinheiro sem acompanhamento da consequente qualificação das escolas, dos professores e dos alunos não é investir. É gastar. É desperdiçar.
Isto nos faz refletir sobre o foco a ser trabalhado. Investir um orçamento fixo maior e indisponível em educação, como se pede em alto e bom som por políticos, educadores e até por alunos que ocupam escolas pelo Brasil afora, sem monitorar o desempenho das instituições de ensino com métricas, não muda o cenário. É preciso gestão e mecanismos de incentivo voltados a resultados.
Escolas, docentes e alunos com melhor desempenho precisam ser premiados e reconhecidos publicamente para promover a multiplicação. Os pais e familiares, igualmente, têm papel fundamental na disciplina e na educação, mas o que se vê hoje é a terceirização desta obrigação. Está mais do que na hora de promover uma ampla campanha de valorização da educação e do papel dos professores.
Com diferentes demandas, todos os setores básicos da vida nacional, como saúde e segurança, poderiam seguir a mesma regra, a da eficiência e do compartilhamento de responsabilidades.
Somente nós, brasileiros, somos protagonistas no destino de nosso país, que não pode ficar no final da fila do mundo em termos de competitividade por conta de desmandos, corrupção e da ineficiência na administração dos gastos públicos.