O inusitado convite para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério, com superpoderes para atuar na articulação política e na recuperação da economia, tem significados que não podem ser dissociados de um período potencialmente explosivo para os rumos tomados pela política no país. A volta do ex-presidente ao centro do poder, numa espécie de terceiro mandato, convém antes de mais nada a ele próprio, desde que se transformou em alvo da Operação Lava-Jato, e à presidente Dilma Rousseff, às vésperas de enfrentar um processo de impeachment na Câmara. E tudo isso coincidindo com a recém-homologada delação premiada do senador Delcídio Amaral, que alega inclusive tentativas do Planalto de calá-lo, por intermédio do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, um dos mais próximos da chefe da nação.
Editorial