Lixo no lugar errado, som alto, infrações de trânsito e infraestrutura deficiente entram na rotina dos milhares de veranistas que escolheram o litoral gaúcho para os meses de férias. Nada é mais simbólico da falta de educação e do desrespeito às regras mínimas de civilidade do que a imagem dos carros estacionados sobre a ciclovia de Torres (página 26 de ZH de segunda-feira). Por incrível que pareça, essas mesmas pessoas que desprezam o direito dos outros ao silêncio, ao descanso e à educação acham que o único problema do país são os políticos corruptos. Está na hora de as autoridades promoverem um choque de lei e de ordem no Litoral.
De maneira geral, os municípios da orla não dispõem das condições mínimas necessárias para receber tanta gente ao mesmo tempo nos meses mais quentes do ano. Deveriam, portanto, estar com as atenções voltadas para propiciar maior bem-estar a quem circula pelo Litoral. Infelizmente, os administradores locais não podem contar apenas com a boa vontade de pessoas em geral habituadas a cobrar ética e ações corretivas das autoridades, mas sem qualquer disposição de agir com um mínimo de bom senso no cotidiano.
Maus hábitos como os praticados por quem não se preocupa em dar um destino adequado ao próprio lixo na praia ou irrita com barulho excessivo e avança com o carro em locais inadequados, inclusive sobre faixas de segurança, não têm como ser resolvidos apenas com boa vontade, pois vêm do berço e são arraigados. Para combatê-los, é necessário investir em campanhas educativas continuadas e realmente eficazes. E é preciso criar também as condições para punir com rigor quem insiste em desprezar normas básicas de convívio em sociedade.