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Amargo, mas necessário

Apesar dos questionamentos sobre a convocação extraordinária e sobre o exame de quase três dezenas de projetos em um único dia, a maioria da Assembleia Legislativa deu uma demonstração firme de compromisso com a sociedade gaúcha como um todo ao aprovar as propostas do governo Sartori que restringem gastos com a administração pública e facilitam a extinção ou a venda de alguns órgãos deficitários. É compreensível a reação de setores contrariados do funcionalismo, mas desta vez falou mais alto um valor intrínseco à própria razão da existência do Estado: o direito de todos os cidadãos a um governo que gaste menos do que arrecada e que devolva pelo menos parte dos tributos em obras e serviços. Faz tempo que o Rio Grande agoniza na UTI da negligência histórica, do corporativismo egoísta e do desgoverno. Só sairá dessa crise com tratamento de choque e remédios amargos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, aprovada na madrugada desta terça-feira.

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