Após pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin autorizou a prisão temporária dos delatores da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud, segundo informações do site G1.
Janot havia pedido também a prisão do ex-procurador da República Marcello Miller, mas o ministro do STF negou essa detenção. As prisões podem ocorrer ao longo do dia ou até mesmo nesta segunda-feira (11).
Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley falam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da instituição apenas em abril.
Na última segunda-feira (4), Janot abriu um procedimento de revisão do acordo de delação dos empresários. Ele vai pedir a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores.
A prisão preventiva já vinha sendo analisada por Janot nos últimos dias. Na quinta-feira (7), os executivos prestaram esclarecimentos à PGR, mas não convenceram. A avaliação na instituição é de que o discurso era somente para manter a validade do acordo, mas os fatos narrados foram graves.
No caso de Miller, há auxiliares de Janot que avaliaram que ele atuou junto à JBS com uso de informações privilegiadas que possuía por ter integrado a equipe de Janot e pode ter incorrido no crime de obstrução de justiça e exploração de prestígio.
Miller atuava com o próprio Janot, antes de deixar a Procuradoria e se tornar advogado.