O presidente Michel Temer comentou pela primeira vez nesta quinta-feira (5) o massacre de 60 presos em dois presídios de Manaus (AM), ocorrido no início da semana. Na abertura de uma reunião com ministros da área da Segurança, o presidente classificou os assassinatos como um “acidente pavoroso”.
"Eu quero numa primeira fala, mais uma vez, solidarizar-me com as famílias que tiveram seus presos vitimados naquele acidente pavoroso que ocorreu no presídio de Manaus. É uma solidariedade governamental e tenho certeza de que apadrinhada por aqueles que aqui se acham", disse Temer.
No Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), a rebelião deixou 56 mortos, e permitiu a fuga de centenas de presos. Outros quatro detentos morreram na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), também em Manaus.
Embora o governo do Estado do Amazonas tivesse informações sobre um plano de fuga em massa no Compaj, as autoridades não impediram a rebelião.
Ainda no encontro com ministros, Temer destacou que a administração da unidade prisional é feita por meio de parceria público-privada, por isso não vê “responsabilidade dos agentes estatais”.
“Vocês sabem que lá em Manaus o presídio era terceirizado, privatizado. Portanto, não houve por assim dizer uma responsabilidade, digamos, muito objetiva, muito clara, muito definida dos agentes estatais. É claro que os agentes estatais haveriam de ter informações, acompanhamento”, disse.
O encontro no Palácio do Planalto discute os termos do Plano Nacional de Segurança, que deve ser lançado ainda este mês. Em sua fala inicial, Temer adiantou que o conjunto de medidas incluirá a construção de cinco presídios federais. Disse que cada um deverá contar com até 250 vagas, com investimento entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões por unidade. Ele não especificou quais estados receberão as unidades prisionais e o prazo para conclusão.
Participam do encontro no Planalto os ministros José Serra (Relações Exteriores), Alexandre de Moraes (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional) e Eliseu Padilha (Casa Civil).