A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que expediu uma liminar afastando Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, repercutiu entre os senadores gaúchos nesta segunda-feira (5). Para Paulo Paim (PT), o afastamento de Renan terá influência direta no calendário de votações da Casa.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o petista garantiu, por exemplo, que não há “clima” para votar amanhã a lei do abuso de autoridade. Paim disse ainda que o momento vivido pelo país é “muito grave”.
“É o terceiro presidente de Poder afastado em um período de seis meses (...) É tão grave o momento no Brasil que a gente não sabe o que vai acontecer”, afirmou.
Já a senadora Ana Amélia Lemos (PP) disse que a decisão do STF foi “coerente”. Ela também comentou o movimento - encabeçado por Lindbergh Farias (PT-RJ) - para adiar a votação da PEC do teto de gastos, prevista para o dia 13.
Com o afastamento de Renan, o comando do Senado deverá ser assumido pelo vice-presidente da Casa, Jorge Viana (PT-AC). Para Ana Amélia, a mudança não deve afetar a votação da PEC, aprovada pela maioria dos senadores em primeiro turno.
“Jorge Viana é um político com equilíbrio muito grande. Ele vai ter que responder pela instituição”, disse.
O senador Lasier Martins (PDT) lembrou do acolhimento, na semana passada, da denúncia da Procuradoria-Geral da República que tornou Renan réu de uma ação penal no Supremo. Segundo ele, está ocorrendo uma “limpeza” no cenário político brasileiro.
“O cerco está se fechando, conforme era previsto. Depois dos empreiteiros, dos empresários e dos banqueiros, se sabia que a hora dos políticos iria chegar (...) Já tardava demais essa limpeza no terreno político”, disse.