A Polícia Federal de Passo Fundo e a Brigada Militar realizaram nesta quarta-feira (23) o cumprimento de 11 mandados de prisão de indígenas e agricultores no município de Sanaduva, no Norte do Estado. Foram presos dez indígenas e três agricultores e apreendidos veículos, máquinas agrícolas de propriedade dos índios, facões, foices, facas, lanças, flechas e uma motosserra. A ação foi motivada após os índios queimarem cerca de mil hectares das lavouras de soja e milho na região no último domingo (20). Segundo o delegado Mauro Vinícius Soares Moraes, a maioria das prisões já foi efetuada, inclusive de agricultores.
A queimada foi uma retaliação à prisão do cacique Ireni Franco e de outros dois líderes do grupo. Durante a prisão, Franco teria determinado a queima das lavouras. O trio foi condenado pela Justiça por crimes como ameaça, coação e extorsão.
"Os índios cobravam dos agricultores para que eles pudessem produzir em terras próprias e a queima gerou um clima de preocupação no município", destaca Moraes.
O procurador federal da Funai, Marcelo Zeni, informou que caso haja comprovação de crimes, os envolvidos deverão responder pelos atos. Moraes questiona as prisões dos três líderes no sábado, pois, segundo ele, não há provas de que houve extorsão. " Temo que a ação de hoje gere ainda mais conflitos", diz.
Em nota, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul manifestou sua preocupação e indignação com os fatos ocorridos em Sananduva. A entidade exige que seja garantida a segurança dos produtores locais e que os responsáveis sejam judicialmente punidos.